Maximilien
Calligaris
“Não tenho talentos especiais. Sou apenas
apaixonadamente curioso”, Albert Einstein
Durante quatro dias, de 7 a 10 de novembro, a National Association
for Gifted Children (NAGC - Associação Nacional
para as Crianças Superdotadas) celebrará, nos
Estados Unidos, sua 54º Convenção, na cidade
de Minneapolis, Minnesota. A convenção receberá
3.000 especialistas de 14 países e 49 Estados americanos,
além de milhares de membros como pais, professores,
estudantes de pós-graduação, e coordenadores.
A NAGC é uma organização sem fim lucrativo
com mais ou menos 8 mil associados. Sem fundos do governo,
ela é sustentada só pelas cotizações,
por doações e pela venda de produtos e serviços.
Através de convenções, publicações
e seminários, seu orçamento é destinado
a treinar professores e administradores escolares, a ajudar
os pais e suas crianças superdotadas a encontrar uma
educação apropriada e a promover a causa da
educação dos superdotados.
De fato, por mais de 50 anos, pais, professores, educadores
e líderes comunitários da NAGC têm dedicado
seu trabalho a criar e “ampliar a consciência
pública” sobre as necessidades dos superdotados.
Segundo a associação, há mais de 3 milhões
de crianças superdotadas que vivem hoje nos EUA. O
número está aumentando significativamente desde
que a definição do que é uma criança
superdotada passou a considerar a expressão artística,
a liderança, a criatividade, o esporte e a habilidade
musical. A maioria dessas crianças freqüenta escolas
normais, em que os professores não têm o treinamento
necessário para desenvolver suas capacidades de maneira
eficiente.
Em contradição com a idéia comum (que
supõe que “eles chegarão ao sucesso de
qualquer forma”), tudo indica que, na educação
normal, a performance de muitos estudantes superdotados se
situa abaixo da média. O paradoxo é apenas aparente:
a falta de desafios não desperta a curiosidade do aluno
superdotado, e o tédio não o empurra aos níveis
de excelência nos quais ele demonstraria seu talento
especial.
A maioria das 14 mil escolas públicas americanas não
propõe cursos para estudantes superdotados e talentosos.
Como esses estudantes provêm de todas as classes sociais,
só poucas famílias podem se mudar para um distrito
cujas escolas sejam equipadas para superdotados, menos ainda
dispõem dos meios necessários para colocar suas
crianças em programas e instituições
particulares especializadas.
De fato, hoje, a educação americana está
mais preocupada em levantar a performance medíocre
de seu estudante médio do que em promover uma educação
especial para a elite dos estudantes: como proclama a NAGC,
“a educação dos superdotados é
deixada para trás”.
Assim como a educação formal está sendo
moldada às necessidades da performance insatisfatória
do estudante médio (inclusive oferecendo programas
de reabilitação e recuperação),
da mesma forma, deveria se adaptar às necessidades
dos estudantes acima da média. Dirigindo atenção
exclusivamente para os padrões mínimos de educação,
o governo americano estaria descuidando dos estudantes mais
prometedores do país.
A Convenção
Por US$ 290, se você for membro, ou US$ 370, se você
não for, a convenção da NAGC oferece
uma variedade de mesas redondas e conferências sobre
questões educacionais. Almoços e refrescos são
incluídos, as excursões educativas na cidade
são extras (de 49 a 89 US$, segundo o caso).
Pelo preço, você terá também acesso
a uma exibição que apresenta todas as empresas
associadas à NAGC e sua gama de produtos e serviços:
publicações (projetos e métodos educativos,
currículo ideal etc.), escolas, acampamentos de verão,
programas para superdotados, graduações para
os mesmos, ofertas de emprego. As novas tecnologias estarão
também presentes: software, hardware, educação
online sobretudo em matemática e ciência etc.
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