Site
GD: Como surgiu a idéia da elaboração
do projeto? Quando ele foi concebido? Como está seu
andamento no Senado?
Senador: Foram diversos os fatores. Há
mais de quinze anos uma pessoa da minha família ficou
totalmente cega e isso foi um choque pata todos nós.
A partir daí, comecei a perceber melhor, no dia-a-dia,
as dificuldades por que passam as pessoas com deficiência.
Depois de realizar reuniões em grande parte dos estados
brasileiros, apresentamos o projeto do Estatuto. Apresentamos
a matéria, o PLS 6, em 2003. Ela foi aprovada, por
unanimidade, aqui no Senado em 6 de dezembro de 2006 e está
na Câmara aguardando encaminhamento. Lá é
identificada por PL Nº 7699/2006.
Site GD: Existe alguma previsão
para a votação? Existe apoio da bancada governista
e oposicionista?
Senador: Não há quem seja contra
o Estatuto, nem por parte do governo, nem da oposição.
Tanto que, como disse anteriormente, a matéria foi
aprovada por unanimidade no Senado. O que existe são
alguns ajustes, legítimos, que são propostos
e debatidos pelas entidades que representam as pessoas com
deficiência. Apenas após essas análises
é que poderemos ter a votação final.
Site GD:O senhor escutou as necessidades dos deficientes?
Senador: O Estatuto foi construído
com a participação das entidades de pessoas
com deficiência e, principalmente, com a colaboração
das próprias pessoas com deficiência. Isso por
meio de sugestões que chegavam por e-mails e cartas
de todo o Brasil e de audiências públicas e reuniões
em que especialistas e entidades colocavam seus conceitos.
Site GD: Acredita que a elaboração
de um Estatuto específico poderia criar uma espécie
de segregação?
Senador: O Estatuto veio para ampliar os
direitos das pessoas com deficiência. Assim como, por
exemplo, os Estatutos da Criança e do Adolescente e
do Idoso. Aqueles que no passado faziam críticas, hoje
batem palmas e reconhecem que essas matérias foram
grandes avanços. Em relação ao Estatuto
da Pessoa com Deficiência, acontecerá o mesmo.
Site GD:Como seria viável fazer com que
as pessoas deficientes participem de todas as decisões
de políticas públicas?
Senador: Fortalecendo instrumentos como os
Conselhos municipais e estaduais de Promoção
dos Direitos da Pessoa com Deficiência, do Ministério
Público, da Defensoria Pública. Participando
dos encontros e debates promovidos entidades da área.
Exigindo o cumprimento, por exemplo, da política de
cotas e de inclusão e, assim que o Estatuto for aprovado,
do que ele dispõe.
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