Dez
escolas periféricas de São Paulo terão
o modelo educacional de Nova York, nos Estados Unidos. A novidade
é resultado de parceria entre a Secretaria de Estado
da Educação e a Fundação Itaú
Social, que acabam de fechar acordo para, já partir
deste ano, implantar projeto piloto com foco em gestão
educacional.
A iniciativa, inédita no Brasil, acontecerá
em dez escolas da Diretoria de Ensino Leste 3. Todas tiveram
baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação
do Estado de São Paulo (Idesp). Inspirado na experiência
inovadora da reforma escolar de Nova York, cidade que, como
São Paulo, administra o maior sistema escolar do país,
o modelo pretende dar um salto de qualidade na aprendizagem
dos estudantes, em prazo de três anos.
As escolas são: Aquilino Ribeiro; Dr. Décio
Ferraz Alvim; Haydeé Hidalgo; Jardim Dom Angélico;
Jardim Wilma Flor; Paulo Sarasate; Recanto Verde Sol; Sebastião
Faria Zimbres; Sumie Iwata; e Vila Bela.
A reforma de Nova York vem sendo implantada desde 2001 pelo
prefeito Michael Bloomberg e já obteve resultados positivos.
Investe em gestão, formação dos professores,
monitoramento do rendimento escolar dos alunos e envolvimento
dos pais. Também conta com o apoio do setor privado,
não apenas com aporte financeiro, mas com envolvimento
no planejamento e liderança.
A execução técnica do projeto paulista
será realizada pelo Instituto Fernand Braudel, com
acompanhamento técnico da Fundação Itaú
Social. No início de 2007, pesquisadores do Instituto
realizaram uma intensiva pesquisa de campo para analisar a
ousada reforma escolar de Nova York empreendida nos últimos
anos. Foram acompanhados por Jane Wreford, membro do Instituto
e ex-diretora de inspeção de distritos escolares
da Comissão Britânica de Auditoria, que em 2002
pesquisou as escolas públicas em São Paulo.
A pesquisa de campo rendeu um referencial dinâmico com
estratégias relevantes para fazer frente a problemas
comuns de escala e liderança no ensino público
no Brasil, especialmente em áreas metropolitanas.
“A ideia é criar mecanismos de gestão
e supervisão do trabalho pedagógico que fortaleçam
o compromisso da direção, coordenação,
corpo docente e famílias para oferecer uma aprendizagem
de qualidade. Os objetivos são incrementar os processos
de gestão e supervisão do clima escolar utilizados
pelo diretor e professor coordenador, incluir formação
no trabalho do professor coordenador; aumentar o envolvimento
das famílias com a escola e melhorar o desempenho dos
alunos nas avaliações”, afirma a secretária
de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães
de Castro.
Será contratada uma equipe com dois especialistas
em Língua Portuguesa e dois em Matemática que
acompanharão o cotidiano das escolas envolvidas para
reforçar o trabalho do professor coordenador. Essas
disciplinas foram escolhidas porque são consideradas
pontos críticos no processo de aprendizagem dos alunos.
Os especialistas estimularão os coordenadores a entrar
nas salas de aula e irão acompanhá-los com o
propósito de contribuir para uma orientação
mais efetiva e adequada à realidade de cada escola
e de cada professor. Essa é uma prática comum
em Nova York que surtiu bons resultados na aprendizagem.
No ano passado, a Secretaria já modificou a forma
de contratação dos professores coordenadores
da rede. Estes profissionais passaram a exercer suas funções
divididos por ciclos de ensino - antes havia um coordenador
para toda a escola.
Será ainda contratado um coordenador de pais para
cada escola, cuja tarefa será realizar ações
para aproximar as famílias da escola e envolvê-las
no processo de aprendizagem dos alunos.
O projeto piloto passará por avaliação
contínua, acompanhando a frequência de professores
e alunos, a rotatividade e absenteísmo dos professores,
o número de incidentes de indisciplina e violência
dentro da escola e a percepção de alunos, pais,
professores e diretores sobre o ambiente escolar. Serão
realizadas entrevistas com pais das escolas participantes,
questionários para alunos das escolas do projeto, grupo
focal com professores, questionário para professores
das escolas do projeto e registro escolar de freqüência,
faltas e licenças de professores. Além disso,
será feita a avaliação de impacto econômico
deste projeto piloto, para verificar seu retorno social.
As infomações são
do Portal UOL e da Secretaria do Estado
da Educação |