Erika
Vieira
O segundo museu mais visitado da cidade de São Paulo
está unindo a atuação cultural com a
social. A proposta foi criada pelo Memorial do Imigrante que
abriu suas portas de emprego aos moradores de rua.
”Estamos desmistificando a idéia de que o homem
de rua é o que vai roubar. São pessoas que precisam
de oportunidade”, explica Ana Maria Leitão Vieira,
diretora do Memorial. A idéia surgiu em razão
do museu ser vizinho do Arsenal da Esperança - instituição
que presta auxilio social a imigrantes e migrantes em situação
de rua, e também parceira no projeto – por isso,
resolveram fazer um programa para que essas pessoas passassem
a freqüentar o Memorial.
Foi então que surgiu a idéia de oferecer trabalho
aos albergados dentro do museu. Atividades ligadas a museologia,
história e turismo são desempenhadas pelos participantes.
São eles que passaram a contar para o público
visitante a história atual e do passado do museu, já
que hoje são os que a vivenciam. “Temos a possibilidade
de mostrar uma frente de trabalho que existe dentro do museu,
mas que muitas vezes as pessoas não conhecem”,
fala a Roseli Atsuko Utiyama, técnica de assuntos culturais
do Memorial.
”Estamos conseguindo quebrar o preconceito que as pessoas
tem com imigrantes e pessoas de rua”, diz Ana Maria.
Ela conta casos de pessoas qualificadas que precisavam apenas
de uma oportunidade para dar a volta por cima, como é
o caso de um albergado que fala nove idiomas e que passou
a integrar o quadro de funcionários da administração
do museu. ”O albergado é visto como alguém
que não dá certo na sociedade. Fazendo isso,
mostramos que há a possibilidade de inclusão”,
completa Roseli.
O projeto piloto está com dois meses de implantação,
oferecendo uma bolsa auxilio a dez participantes e pretende
ampliar esse número.
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