Erika
Vieira
Em uma cidade com altos índices de violência
como São Paulo não é apenas a classe
alta e média que investe em segurança, chegando,
muitas vezes, até mudar de bairro a procura de tranqüilidade.
Os moradores de rua também estão migrando para
locais mais seguros como é o caso da Avenida Paulista.
Após uma longa articulação entre polícia
e comunidade a avenida mais famosa do Brasil conseguiu diminuir
satisfatoriamente a criminalidade na região. Com isso,
a Paulista além de ficar mais segura passou a receber
uma população com o perfil um pouco diferente
dos empresários, estudantes, investidores, artistas,
entre outros freqüentadores típicos que utilizam
a via diariamente.
Uma pesquisa realizada em agosto de 2005 pela Associação
Paulista Viva, com 62 pessoas em condição de
rua, mostra que a maioria escolheu a avenida por oferecer
mais proteção e ali já estão há
cerca de um ano. Outros motivos também atraíram
os moradores, como fácil acesso à alimentação,
a bondade das pessoas, lixo rico para venda e facilidade em
conseguir drogas.
Diferente do que a sociedade imagina a maioria dessas pessoas
são alfabetizadas e tem profissão das mais variadas,
até atores tornaram-se habitantes da avenida. De acordo
com os dados levantados pela Associação Paulista
Viva, dos entrevistados 12 são pedreiros, 10 ajudante
geral, os demais são classificados como motorista,
empregada doméstica, metalúrgico, eletricista,
pintor, office boy, etc. Porém, estão desempregados
há muito tempo, a média é de cinco anos.
O perfil dos moradores de rua também é composto
pela idade que varia de 15 a 60 anos entre os homens, e de
28 e 37 as mulheres. O período que moram sem endereço
fixo pode chegar a 20 anos, grande parte se declara como não
sendo usuários de drogas.
Veja
o levantamento da população de rua na Avenida
Paulista
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