São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2008 |
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Crítica Baseado em Stephen King, "Nevoeiro" se perde em explicação do terror
SÉRGIO RIZZO CRÍTICO DA FOLHA Dos quatro longas dirigidos pelo também roteirista Frank Darabont, três foram baseados em material do escritor Stephen King: "Um Sonho de Liberdade" (1994), "À Espera de um Milagre" (1999) e agora "O Nevoeiro" (2007). Não se pode acusá-lo de falta de familiaridade com o universo do autor, embora apenas a terceira experiência lide de maneira mais explícita com os eventos sobrenaturais que respondem por boa parte do prestígio de King. É um "filme de criaturas", trabalhado de acordo com tradições do horror e do suspense. A ação é desencadeada pelo evento do título, que cobre uma pequena cidade logo após uma tempestade. O protagonista (Thomas Jane, de "O Apanhador de Sonhos", também baseado em King) está no supermercado local, com o filho, quando surge a suspeita de que, lá fora, haveria algo tenebroso. Enclausurados, dezenas de moradores passam a lidar com o pânico. O modo de a ameaça invisível se apresentar, ao menos na primeira metade do filme, lembra o recente "Fim dos Tempos" e sugere paralelos com paranóias da sociedade americana, sobretudo depois do 11 de Setembro de 2001. Manter a trama nessa linha de tensão seria opção radical e talvez mais proveitosa do que a da segunda metade, quando a turma dos efeitos especiais é convocada para dar forma concreta ao que permanecia até então no território mais assombroso da projeção de medos. Enquanto uma fanática religiosa (Marcia Gay Harden) traz o juízo final para a pauta, pequenas informações apontam para uma explicação mais "racional", que remonta a clássicos da ficção científica como "O Mundo em Perigo" (1954). E, com a escolha por esclarecer, perde-se em mistério e ambigüidade -bem manipulados em situação semelhante por Hitchcock em "Os Pássaros" (1963). Avaliação: regular Próximo Texto: Artistas portugueses fazem "filosofia selvagem" em galeria Índice |
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