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PASSEIO
Em museus ou em instituições como a Sala São Paulo e o Teatro Municipal, monitorias atendem públicos diversos
Arquitetura e história conduzem visitas
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
Frequentemente associadas a
museus e a grupos escolares, as visitas guiadas têm também bastante força entre visitantes espontâneos, pequenos grupos de amigos/turistas e estudantes de algumas áreas específicas.
A arquitetura talvez seja a principal dessas áreas, sendo um dos
grandes chamarizes de instituições, como o Museu de Arte de
São Paulo, o Teatro Municipal e a
Biblioteca Mário de Andrade. Nos
espaços da Sala São Paulo e da Pinacoteca do Estado, o interesse
pelos edifícios pode se juntar às
intrincadas revitalizações e interferências pelas quais ambos passaram recentemente.
"A visita monitorada é fundamentada na educação informal,
sempre contextualizada de acordo com o grupo ou a pessoa que
nos procura", explica Janaína
Guerreiro, coordenadora do setor
de monitoria da Sala São Paulo,
instalada na antiga estação ferroviária Júlio Prestes, que recebe turistas, curiosos, estudantes e o público da terceira idade.
A própria história do lugar já
daria substância à visita, que inclui relatos que vão do ciclo do café, da criação e da posterior decadência das ferrovias brasileiras e
do desenvolvimento do entorno
da praça Júlio Prestes.
Para além da história, os detalhes da reforma que transformou
a estação centenária numa sala de
concertos a partir de 1999 também chamam a atenção, principalmente dos arquitetos e engenheiros. Para isso, foi criada a "visita técnica", que permite conhecer os bastidores da sala, como camarins, piso técnico, fosso e suas
estruturas.
Também na Pinacoteca o interesse pela reforma dirigida pelo
arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em 1998, no prédio construído por Ramos de Azevedo em
1896, gera curiosidade, mas o serviço de monitoria da instituição é
voltado mesmo para as exposições e obras de arte.
Com monitores, audioguias ou
folhetos específicos para crianças,
jovens e adultos, pode-se seguir a
exposição "Vistas do Brasil". As
demais mostras do local podem
ser apreciadas com monitores,
mas com prévio agendamento. A
partir deste mês, a Pinacoteca começa também a oferecer visitas
monitoradas para portadores de
deficiência visual, auditiva ou
mental, por meio do programa
"Públicos Especiais", coordenado
pela museóloga e arte-educadora
Amanda Tojal. Para os deficientes
visuais, foram feitas reproduções
em relevo de obras do acervo e esculturas foram disponibilizadas
para o toque.
Na Biblioteca Mário de Andrade, áreas normalmente fechadas
ao público podem ser visitadas
com monitores, como a torre
construída para abrigar o acervo
da instituição, que conta com
mais de 200 mil volumes. O estilo
art déco do prédio também leva
até lá muitos estudantes universitários e visitantes espontâneos,
mas, segundo a coordenadora da
monitoria, Angela Curcio Amaral, 55% do público ainda é formado por estudantes de primeiro
e segundo graus.
O prédio de Lina Bo Bardi para
o Masp, é claro, atrai também arquitetos e engenheiros, mas são
crianças e jovens o principal alvo
do programa educativo do museu, que só atende grupos com
mais de dez pessoas. De terça a
sexta, os visitantes passeiam pelo
rico acervo, com pequenas aulas
de história da arte.
Já no Teatro Municipal, a visita
guiada passa pela entrada principal, pelo saguão, pelo salão nobre
e segue para a platéia, todos recheados por uma história que não
se esquece jamais da arquitetura.
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