São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008 |
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Peça reúne histórias de moradoras de cortiço
"As Três Graças", de Luis Alberto de Abreu, aborda o próprio processo de criação
MARIA EUGÊNIA DE MENEZES DO GUIA DA FOLHA Ao lançar-se à tarefa de escrever "As Três Graças", o dramaturgo Luis Alberto de Abreu planejava criar uma comédia. O espetáculo que a Fraternal Cia. de Artes e Malas-Artes leva a partir de hoje ao teatro Célia Helena não chega a ser um malogro completo desse intento inicial, mas conduz o grupo pelo território do drama e coloca sob suspeita os limites entre a realidade e a ficção. A matéria-prima para compor o texto veio de depoimentos colhidos com dezenas de mulheres, a maioria delas moradoras de um cortiço na região central. Em mais um trabalho com o diretor Ednaldo Freire -uma parceria que já se estende por 12 anos-, o autor pretendia investigar formas de comicidade próprias das mulheres. O que encontrou no material que o grupo recolheu, porém, o fez enveredar por outro caminho. "A partir do momento em que começamos as entrevistas, a carga dramática dos depoimentos se impôs e alterou o perfil do trabalho", diz Abreu. Além de levar ao palco as histórias de três mulheres, a Fraternal também encena o próprio processo de criação do espetáculo. "Essas experimentações de vários tipos de narrativas são realmente uma tendência", afirma Freire. Num jogo que lembra o filme "Jogo de Cena", de Eduardo Coutinho, os atores revelam, entre um depoimento e outro, os conflitos vividos na sala de ensaio e mostram o palco por dentro, confundindo cena, platéia e coxia. AS TRÊS GRAÇAS - UMA SÁTIRA MENIPÉIA Quando: estréia hoje, às 21h; sex. e sáb., às 21h, dom., às 19h; até 28/9 Onde: teatro Célia Helena (r. Br. de Iguape, 113, Liberdade, tel. 3209-0470) Classificação indicativa: não recomendada para menores de 12 anos Quanto: R$ 10 e R$ 20
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