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ERUDITO
Donizetti, Verdi, Puccini e Carlos Gomes compõem récita estrelada pelos cantores Gabriella Pace e Eduardo Itaborahy
Lutero Rodrigues rege "resumo" da ópera
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem descansar a batuta por uma
hora, Lutero Rodrigues rege hoje
trechos de obras de Gaetano Donizetti, Giacomo Puccini e Giuseppe Verdi em um breve panorama da produção operística italiana do século 19. A mesma tradição em que um então desconhecido Carlos Gomes também logrou
incluir o seu nome brasileiro.
"Maria Tudor" (prelúdio),
"Condor" (noturno do 3º ato) e
trechos da célebre "Il Guarany",
que integram o programa do espetáculo "A Magia da Ópera", sugerem não só a importância de
Gomes para a história do gênero
como também a propriedade da
escolha da jovem soprano Gabriella Pace, 27, que conhece como
ninguém as "falas" da personagem Cecilia, vivida por ela em setembro passado em uma série de
récitas no Palácio das Artes, em
Belo Horizonte.
"É importante acrescentar esse
toque brasileiro ao espetáculo.
Acho que poderia haver mais troca entre os artistas daqui e da Europa", diz a cantora, pupila de
Leila Farah e há pouco diplomada
em Milão com o maestro Pier Miranda Ferraro.
Com um currículo respeitável,
que inclui Micaela, na ópera "Carmen" (Bizet), Zerlina, em "Don
Giovanni" (Mozart), e Desdêmona, em uma montagem italiana de
"Otello" (Verdi), Pace promete
desenvoltura em pelo menos outros dois papéis: Mimi e Musetta,
de "La Bohème" (Puccini). Esta
última, mencionada com carinho
pela cantora, foi um de seus primeiros papéis no circuito operístico, quando, então com 22 anos,
se apresentou diante do Theatro
Municipal sob regência de Jamil
Maluf e acompanhamentos da
Orquestra Experimental de Repertório.
"A Gabriella é mais uma prova
não só do talento da [professora
de canto de São Paulo" Leila Farah
mas do fato de que estamos com
uma safra muito boa de cantores
jovens no país", avalia o maestro
Rodrigues, 52. "A ópera é um
evento caro e por isso acontece
muito pouco no Brasil. O sucesso
no exterior de pessoas como ela e
Eduardo Itaborahy é importante
para estimular a carreira de novos
talentos", defende o maestro, referindo-se ao tenor mineiro, que
por sua vez também já viveu Peri
em "Il Guarany" e divide hoje o
palco com a cantora.
CONCERTOS SESC & SINFONIA
CULTURA -°A MAGIA DA ÓPERA
Apresentação de trechos de óperas de
compositores italianos e de Carlos
Gomes, com regência de Lutero
Rodrigues, os cantores Gabriella Pace e
Eduardo Itaborahy e acompanhamento
da orquestra Sinfonia Cultura. Quando:
hoje, às 11h. Onde: Sesc Belenzinho (r.
Álvaro Ramos, 915, tel. 6602-3700).
Quanto: de R$ 2,50 (matriculados, idosos
e estudantes) a R$ 5.
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