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Obras abordam de beijos a revoluções
Esculturas revelam histórias e personagens
DA REDAÇÃO
A exemplo do mais velho cemitério em atividade, o Araçá e o São
Paulo, no bairro de Pinheiros,
também combinam belas obras
de arte à presença de jazigos de
personalidades.
No primeiro, fundado no final
do século 19, tendo a Faculdade
de Medicina da USP e um complexo hospitalar do outro lado da
avenida Doutor Arnaldo, é possível, por exemplo, visitar os túmulos da atriz Cacilda Becker e do
jornalista e empresário Assis Chateaubriand. No local, há ainda
uma interessante criação do escultor Victor Brecheret sobre a sepultura da poeta parnasiana
Francisca Júlia, autora dos livros
"Mármores" e "Esfinges" e criadora de uma das obras mais significativas de sua época.
"Musa Impassível", de 1923,
adorna o lugar onde foi enterrada
a artista, que morreu um dia depois do marido, Filadelfo Edmundo Munster, telegrafista. Quando
o marido morreu, tuberculoso,
em 1920, ela não resistiu.
São Paulo
Construído nos anos 20, o Cemitério São Paulo apresenta a peça "Último Adeus", de Alfredo
Oliani, que mostra o derradeiro
beijo de um casal. Vicente Larocca, por sua vez, erigiu um monumento tumular que mostra um
soldado da Revolução de 1924
sendo atingido por uma bala.
Artífice de trabalhos presentes
nos três cemitérios, Brecheret tem
um túmulo simples, gramado, no
São Paulo, que abriga ainda o
poeta Menotti del Picchia.
Nos anos 60, foi fundado o Cemitério do Morumby, particular,
com outro tipo de concepção paisagística: gramados extensos e lápides simples, econômicas, sem
maiores ornamentos, fazem contraponto à suntuosidade e às imagens de dor e sofrimento dos cemitérios mais antigos. Por lá, encontra-se a cantora Elis Regina.
(ALEXANDRA MORAES E PEDRO IVO DUBRA)
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