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ERUDITO
Com regência de Iuri Temirkanov, a orquestra mostra trechos de Borodin, Tchaikovski e Prokofiev; evento é grátis
Filarmônica russa faz concerto ao ar livre
IRINEU FRANCO PERPÉTUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Já está virando uma rotina e das
mais agradáveis. Coincidindo
com a Copa do Mundo, a cada
quatro anos, uma das melhores
orquestras da Europa, a Filarmônica de São Petersburgo, visita o
Brasil. Foi assim em 1994, em 1998
e, agora, em 2002, quando os russos, trazidos ao país pela Sociedade de Cultura Artística, fazem
uma apresentação ao ar livre, hoje, no Ibirapuera, tocando ainda
na Sala São Paulo, na quarta-feira.
"Não fazemos muito esse tipo
de apresentação", explica o maestro Iuri Temirkanov, 64, diretor
artístico da filarmônica desde
1988. "Escolhemos um programa
bastante popular, porque, a concertos ao ar livre, costumam ir
pessoas que não estão habituadas
à música clássica."
O "programa popular" de Temirkanov inclui obras de grande
colorido escritas por autores russos, como Borodin ("Danças Polovtsianas"), Tchaikovski (excertos do balé "Quebra-Nozes") e
Prokofiev (trechos de "Romeu e
Julieta"), entre outros.
Hoje, como no tempo da URSS,
a filarmônica é subsidiada pelo
governo federal. E Temirkanov é
lacônico ao falar sobre a sua situação. Desde o fim do comunismo,
há dinheiro para a filarmônica?
"Menos." É possível fazer uma
boa orquestra com pouco dinheiro? "Não." Bons músicos russos
foram para outros países em busca de melhores salários? "Alguns." O que fazer? "É preciso falar com (Vladimir) Pútin (presidente da Rússia). Foi o que fiz."
Como foi a conversa? "Boa. Vamos aguardar." Qual é o salário
dos músicos? "Não é grande. Mas
logo será maior." Os músicos são
jovens? "Mais ou menos."
Na Sala São Paulo, a filarmônica
toca, de Mussorgski, "O Amanhecer no Rio Moscou" e "Quadros
de uma Exposição" (com orquestração de Ravel). O programa é
complementado pelo "Concerto
nš 3 para piano e orquestra", de
Prokofiev, com solo do pianista
georgiano Aleksandr Toradze.
Radicado nos EUA desde 1983,
Toradze quer aproveitar o período no Brasil para ouvir "samba e
pagode". "Beethoven não tem aeroporto; Mozart não tem aeroporto; mas aqui há um aeroporto
com o nome de Tom Jobim".
FILARMÔNICA DE SÃO PETERSBURGO.
Quando: hoje, às 11h30. Onde: pq.
Ibirapuera - pça. da Paz (av. Pedro
Álvares Cabral, s/nš). Quanto: entrada
franca. Quando: quarta, às 21h. Onde:
Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nš,
tel. 3258-3344). Quanto: R$ 120/R$ 290
(R$ 10 para estudantes, meia hora antes
dos concertos). Patrocinador: Bovespa.
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