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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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PAUSA PARA O CAFÉ

Pequenos e grandes estabelecimentos tentam se diferenciar no ambiente e no cardápio para atrair consumidores

Cafeterias deflagram "guerra de xícaras"

Marlene Bergamo/Folha Imagem
O Café Aprendiz, na Vila Madalena; ao fundo, máquina torrefadora de café


GIULIANA BASTOS
DO GUIA DA FOLHA

Com o aparecimento cada vez maior das grandes redes de café em São Paulo, as pequenas cafeterias lutam como podem para conseguir sobreviver.
Nos últimos seis meses, a rede Fran's Café inaugurou seis lojas e planeja abrir mais 29 até o final do ano. O crescimento é acompanhado pelo McDonald's, que, de agosto de 2000 até hoje, abriu 25 cafeterias na Grande SP.
Nessa avalanche de novos concorrentes, as pequenas cafeterias dispõem de armas como um café bem tirado, salgados e doces caseiros, ambiente aconchegante e, principalmente, a presença do proprietário do local.
É o caso da Cafeera, no Brooklin, que tem ambiente pequeno, com sofás, livros de arte e revistas, som e um belo balcão, onde sempre há um barista (especialista em bebidas à base de café) servindo xícaras ou taças do café que dá nome à casa. "Buscamos acolher o cliente para que ele possa se tranquilizar e passar três horas aqui, mesmo gastando só R$ 1,50", diz Alexandre Adoglio, proprietário da casa.
O Café Aprendiz, da ONG Cidade Escola Aprendiz, fica numa ruela da Vila Madalena, em uma casa com decoração descontraída e um agradável terraço, bom para as tardes de sol. Serve o café Daterra (certificado com o ISO 14.001), torrado e moído em uma torrefadora exposta no próprio restaurante, em uma xícara com um design exclusivo, especial para degustar a bebida na temperatura ideal.
Nos Jardins, há dois estabelecimentos que seguem essa linha: o Ângelo Café e o Café Mille Foglie. O Ângelo tem um clima portenho -com sofás, cadeiras estofadas e um minijardim- que o proprietário, o argentino Alberto di Nardo, imprime no local diariamente. Na xícara, o café Brasileiro Gourmet Tuttacrema; no prato, empanadas argentinas, waffles e churros.
Com decoração clean, um jardim de inverno e móveis de madeira escura, o café da livraria Mille Foglie é contemporâneo. A chef de cozinha Daniella Andrade cuida das bebidas e dos pratos e petiscos oferecidos na casa.
Já os McCafés têm decoração diferenciada, com móveis de cores diversas, madeira e metal. Em algumas unidades, há atrações musicais. "Buscamos o padrão de qualidade de nossos restaurantes, de uma forma diferente, oferecendo, por exemplo, canela em pau para o cliente mexer o café", afirma José Carlos Vidal, diretor de Comunicação e Atendimento ao cliente.
As 80 lojas do Fran's também servem um blend de café próprio, e o cardápio de bebidas, sanduíches e doces é bastante variado. A cada estação, apresentam novidades como o expresso+H2O, inspirado nas cafeterias italianas, servido com um copo de água com gás e uma gota de chocolate. Cada unidade tem baristas treinados.
O barista é um indício de que a cafeteria tem um cuidado maior com o produto, mas, na verdade, "basta que o café servido seja gostoso e quente, o creme seja espesso e uniforme (sem buracos) e que não seja simplesmente jogado no balcão, mas servido com um sorriso de quem ama o que faz", diz Adoglio.
Seja onde for, o importante é que o expresso siga algumas regras, como as sugeridas por Isabela Raposeiras, campeã do 1º Concurso Nacional de Baristas: "Tem de ter aroma e sabor agradáveis, apresentar cobertura grossa, de cor caramelada e tigrada, e não pode estar tão quente, queimando a língua".


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