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Série "Babilaques", de Waly Salomão, chega hoje a SP
Exposição no Sesc Pinheiros, que abre amanhã ao público,
traz 90 fotografias dos cadernos de criação do poeta baiano
Além das fotografias dos
"Babilaques", mostra tem
letras de poemas de Waly
registradas em 1972, no Rio
de Janeiro, por Ivan Cardoso
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de uma passagem pelo Rio de Janeiro, chega hoje ao
Sesc Pinheiros, em São Paulo,
para convidados, e amanhã, para o público em geral, a exposição "Babilaques". Série produzida pelo poeta, letrista e produtor cultural baiano Waly Salomão (1943-2003) nos anos
70, entre Rio, Salvador e Nova
York, "Babilaques" é composta
por 90 fotografias de seus cadernos de criação. Esses eram
abertos em uma certa página
escolhida pelo artista e fotografados em diversos ambientes
inusitados, também determinados pelo poeta.
Às 21 séries que estarão expostas foram acrescentadas reproduções das letras do poema
"Alfa Alfavela Ville", também
de Waly, feitas em madeira, na
década de 70, pelos artistas
plásticos Oscar Ramos e Luciano Figueiredo -este fez a curadoria da exposição.
As letras, que medem 1,40 m
de altura por 75 cm de largura,
fizeram parte de uma performance coletiva com artistas na
praia de Copacabana, registrada em 1972 pelo cineasta Ivan
Cardoso para a revista "Navilouca". Estas fotografias também estarão na exposição.
Waly chamava os "Babilaques" de "performances poético-visuais". Ele voltou a usar a
expressão na composição "Remix Século 20", de 1999, feita
com Adriana Calcanhotto.
Comparações
Segundo Luciano Figueiredo, a série "Babilaques" é comparável à produção de artistas
como os franceses Guillaume
Apollinaire, Jean Arp e Picabia,
o alemão Kurt Schwitters e o
russo Dziga Vertov.
Em um texto feito para o catálogo da mostra, o poeta e
compositor Arnaldo Antunes
escreveu que "babilaques são
poemas e não são poemas, são
fotos e não são fotos, são colagens e não são colagens, objetos
e não objetos. Reivindicam lugar único, como uma nova modalidade artística. Por isso
Waly criou esse nome-conceito, palavra inventada que já parece familiar ao nascer".
O catálogo, intitulado "Waly
Salomão: Babilaques, Alguns
Cristais Clivados", tem ainda
colaborações de Luciano Figueiredo, Arto Lindsay, Antonio Cicero, colunista da Folha,
e Ericson Pires, além de poema
de Armando Freitas Filho, de
1984, dedicado aos "Babilaques" e reproduções de "Babilaques". Publicado pela editora
Contra Capa, o livro está à venda nas livrarias por R$ 48.
BABILAQUES
Quando: a partir de amanhã; ter. a
sex., das 13h às 22h; sáb., dom. e feriados, das 10h às 19h; até 5/10
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme,
195, tel. 3095-9400)
Quanto: grátis
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 14 anos
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