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Presidente Bush diz que mercado vai valorizar a moeda norte-americana e que fim de barreiras reduzirá a pobreza mundial
EUA defendem dólar forte e livre comércio
DA REDAÇÃO
O presidente norte-americano,
George W. Bush, voltou a afirmar
que defende uma política que sustente o dólar "forte", a despeito da
desvalorização da moeda ante o
euro nos últimos meses. "A política do meu governo é de um dólar
forte", disse Bush, em entrevista
ao canal de TV russo RTR, de
acordo com uma transcrição divulgada pela Casa Branca.
Quando o repórter afirmou que
o dólar está desvalorizado no momento, Bush respondeu:
"O mercado está fazendo suas
decisões, se o dólar deve ser forte
ou não. Nossa política é de dólar
forte. Acredito que uma boa política fiscal e monetária fará nossa
economia crescer, e o mercado
verá que a economia está crescendo e irá fortalecer o dólar."
"Mas você está certo", seguiu
Bush, em resposta ao jornalista da
TV russa. "O mercado, no momento, desvalorizou o dólar, o
que é contrário à nossa política."
Nos últimos doze meses, o euro
acumula uma valorização de 28%
na comparação com o dólar. De
acordo com analistas, o governo
norte-americano, apesar de não
admitir oficialmente, abandoou a
política de manutenção de um
dólar mais valorizado, por causa
da desaceleração econômica.
O enfraquecimento da moeda
norte-americana estimula os exportadores dos EUA e torna as
importações mais caras, colaborando para que o país ajuste suas
contas externas. O déficit dos
EUA, nas transações de bens e
serviços, é superior a US$ 500 bilhões ao ano, equivalente a 5% do
PIB (Produto Interno Bruto).
Para financiar o buraco nas contas externas, os EUA precisam receber US$ 1,5 bilhão em investimentos ao dia. Mas isso não vem
ocorrendo, a procura por dólares
caiu e a moeda perde terreno.
Na semana passada, o euro, lançado em janeiro de 1999, atingiu a
maior cotação de sua história, superando a marca de US$ 1,19. Esse
movimento cambial deve incentivar a economia norte-americana,
mas causa apreensão na indústria
européia, que já sente a perda de
competitividade comercial.
O presidente norte-americano
chegou ontem a São Petersburgo,
onde participou da cúpula dos
chefes de Estado da União Européia e da Rússia. Bush e seus colegas tomaram parte também dos
festejos do aniversário de 300
anos da antiga capital russa.
Auschwitz
Ontem pela manhã, Bush visitou Cracóvia, na Polônia. É a primeira viagem internacional que o
presidente norte-americano faz
depois da guerra ao Iraque, e um
dos motivos da visita à Polônia foi
o agradecimento do apoio dado
pelo país à campanha militar.
Acompanho da mulher, Laura,
visitou os antigos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau. Bush disse que os campos
nos lembram de que "o mal existe
e deve ser combatido".
Ainda em Cracóvia, Bush defendeu o progresso nas discussões
sobre a liberalização do comércio
mundial, segundo ele para que a
pobreza no Terceiro Mundo possa ser reduzida. Disse ainda que a
União Européia deveria abandonar sua oposição aos produtos geneticamente modificados.
"Uma das maiores fontes de desenvolvimento e crescimento em
qualquer sociedade é o comércio.
Os EUA e a Europa devem liderar
os esforços para que as barreiras
ao comércio global sejam derrubadas", afirmou Bush. "Um mundo que faça comércio livremente
pode inserir milhões de pessoas
em um círculo de prosperidade
crescente."
Um dos principais atritos comercias entre a União Européia e
os EUA é a questão dos transgênicos. Os europeus praticamente
baniram a comercialização de alimentos que contenham produtos
modificados geneticamente, o
que atinge os interesses empresas
norte-americanas.
Os EUA são líderes mundiais
em biotecnologia, e as empresas
do país deixam de exportar bilhões à Europa por causa da restrição aos transgênicos.
Diplomacia de guerra
Hoje Bush e seus colegas dos
países mais industrializados do
planeta dão início à cúpula do G8
(os sete países mais ricos e a Rússia), que ocorre neste ano na cidade francesa de Evian, às margens
do lago Léman. O encontro será
encerrado amanhã, e, de lá, Bush
parte para o Egito. Na sequência
visita a Jordânia e o Qatar, em
agradecimento ao apoio à guerra.
Bush busca, em sua viagem, o
apoio para o seu plano de paz para o Oriente Médio. Além disso,
discutirá o futuro iraquiano.
Durante o giro internacional, o
presidente norte-americano vai se
encontrar, pela primeira vez, com
os principais opositores à ocupação iraquiana, como o presidente
francês, Jacques Chirac, e o chanceler (primeiro-ministro) alemão,
Gerhard Schröder.
Bush vai tentar restabelecer seus
laços com os tradicionais aliados
europeus, que ficaram abalados
com a insistência norte-americana em derrubar o regime de Saddam Hussein. Chirac e Schröder
defendiam uma alternativa diplomática que evitasse a guerra.
Com agências internacionais
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