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ELEIÇÕES 2004/CAIXA
PSDB paulista recebeu R$ 45,6 mil de militante e R$ 1,42 milhão de pessoa jurídica entre 2000 e 2003; empresa também doou mais ao PT
Empresas fazem mais doações que filiados
DA REPORTAGEM LOCAL
Os balanços financeiros do PT e
do PSDB revelam que nos últimos
quatro anos os diretórios nacional e paulista das duas siglas receberam mais recursos de empresários do que dos próprios filiados.
No diretório estadual do PSDB,
enquanto as contribuições de filiados somaram R$ 45,6 mil entre
2000 e 2003, as doações de empresas foram de R$ 1,42 milhão. No
PT de São Paulo, os militantes deram R$ 472 mil ao partido. As empresas, R$ 679 mil.
A militância, que marcou a história do PT, aos poucos dá espaço
a nomes como o do ex-rei da soja
Olacyr de Moraes. Apoiador importante em 1989 do então candidato à Presidência Fernando Collor de Mello, em 2003 Olacyr colaborou com R$ 210 mil para a sigla
em São Paulo, por meio de uma
empresa registrada em seu nome
em Tangará da Serra (MT).
As doações empresariais feitas
às instâncias superiores do PT
também superam as contribuições dos filiados de todo o diretório municipal do PT de São Paulo
acumuladas dos anos de 1999,
2001, 2002 e 2003 -R$ 5,6 milhões dos filiados contra R$ 5,9
milhões de empresas.
Em 2002, a Vega Engenharia
Ambiental deu R$ 275 mil, dos R$
280 mil arrecadados pelo partido
em São Paulo. No plano nacional,
desde 2000 o PT tem parceria sólida com a empresa de lixo. Dos R$
2,018 milhões de doações de pessoas jurídicas naquele ano, a Vega
contribuiu com R$ 1,2 milhão.
Em 2002, a Vega deu R$ 750 mil.
A empreiteira integra um consórcio que acabou de vencer uma
concorrência bilionária da Prefeitura de São Paulo para a coleta de
lixo na cidade.
Uma curiosidade no balanço
petista: o ex-assessor do Ministério da Saúde Luiz Cláudio Gomes
da Silva, acusado de irregularidades nas licitações para compra de
produtos para a pasta, aparece
doando R$ 3.000 para o PT nacional em abril de 2002.
No PSDB, o grosso das contas
do diretório regional tucano também está nas doações das empresas. Em 2000, somaram R$ 195
mil. O maior parceiro do partido
no Estado foi o Banespa, que em
2002 deu R$ 1,150 milhão do R$
1,219 milhão obtido pelo partido.
No PSDB, uma única doação de
pessoa física, a do empresário Sérgio Pedreira de Cerqueira, de R$ 1
milhão em 2002, representou, por
exemplo, várias vezes toda a contribuição dos filiados ao partido
no diretório estadual da sigla em
São Paulo (R$ 85,3 mil).
"Foi uma coisa espontânea. Depois eu fiquei um pouco desapontado, mas não muito", contou.
No Diretório Nacional, o PSDB
arrecadou, nos anos 2000 e 2002,
R$ 13,429 milhões de firmas e nenhum centavo de militantes. O
nacional do PT contabilizou, nos
mesmos anos, R$ 637 mil de filiados e R$ 5,3 milhões de empresas.
Sem a parceria com a Vega Engenharia Ambiental, o PSDB nacional encontra no banco Itaú um
de seus mais fiéis colaboradores.
Em 2000, o banco doou R$ 500
mil para o Diretório Nacional tucano, que arrecadou de empresas,
naquele ano, R$ 880 mil.
As maiores contribuições aconteceram em 2002, ano de eleição
presidencial. O partido obteve R$
12,5 milhões de empresas. Novamente o Itaú foi o principal parceiro (R$ 1,680 milhão), seguido
da Gerdau S/A (R$ 1,5 milhão).
Tanto em 2000 como em 2002,
não houve doação de filiados.
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