São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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PAINEL

Roupa suja
Estão estremecidas as relações de Marta Suplicy com Lula e a cúpula do PT. A crise começou quando a prefeita de SP tentou indicar seu namorado, Luis Favre, para a equipe de transição. Lula não aceitou, sob argumento de que Favre criou muitos inimigos durante a campanha.

Esperança frustrada
Marta também ficou contrariada por não ter tido espaço para indicar seus aliados para a transição e o ministério e por ter sido avisada de que não haverá chance de renegociação da dívida da prefeitura com a União.

Telhado de vidro
Já a cúpula do PT reclama de Marta porque o escândalo nos transportes em SP, que culminou com a demissão do secretário Carlos Zarattini, colocou o partido na berlinda às vésperas da posse de Lula. Além disso, o petista teve uma votação menor do que o esperado na capital.

Trabalho em equipe
A cúpula do PT, que defende o nome de João Paulo (SP) para a presidência da Câmara, espalha que Walter Pinheiro (BA) lançou seu nome para presidente para depois recuar e ser líder da bancada. O baiano nega e diz que é candidato a presidente.

Versão radical
Henrique Fontana é o candidato da esquerda do PT para a liderança da sigla na Câmara.

Ambição medida
O PMN ficou só satisfeito em receber a Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) após a renúncia de Antônio Palocci Filho. Mas, se receber dois ou três cargos de segundo escalão do governo federal, a sigla ficará muito satisfeita.

Coisa pouca
Zé Maria (PSTU) enviou uma carta a Lula condicionando o apoio a seu governo ao aumento do mínimo para R$ 350, à proibição de demissões, à redução da jornada de trabalho para 36 horas e à reforma agrária controlada pelos sem-terra.

Esperar sentado
Zé Maria também exige que Lula retire "organizações empresariais" como Febraban e Fiesp do pacto social e que retire o Brasil das negociações da Alca. Além do ex-presidenciável, assinam a carta Dirceu Travesso e Júnia Gouveia, que também são da executiva nacional da CUT.

Ou tudo ou nada
Já considerando Ciro (CE) ministro certo do governo Lula, o PPS não gostou da decisão do presidente eleito de entregar ao PT os demais postos-chave dos ministérios. ""Não queremos ser uma rainha da Inglaterra. Se não tivermos esses cargos, que fiquem com o ministério todo."

Parindo Mateus
De outro líder do PPS, lavando as mãos sobre a preferência de Lula por ter Ciro Gomes (CE) no seu ministério, apesar do histórico recente de polêmicas criadas pelo ex-presidenciável: ""Se o [novo] governo quer...".

Poço sem fundo
Militares têm reclamado no Congresso que recursos recolhidos para o Fundo de Saúde das Forças Armadas estão sendo usados para o pagamento dos juros da dívida externa. Entre janeiro de 2000 e agosto de 2002, o fundo arrecadou R$ 768,5 mi e gastou apenas R$ 122,7 mi (16%) com despesas médicas.

Promessa de saúde
Os R$ 645,8 mi que não foram utilizados pelos militares acabaram contingenciados pelo governo e usados para o pagamento de juros da dívida. O fundo é uma espécie de plano de saúde da categoria. Eles pagam mensalmente um valor e têm direito a usar os hospitais militares.

Embate pefelista
Romeu Tuma (PFL-SP) vai apresentar na próxima reunião da Executiva Nacional do PFL, na quarta-feira, relatório sobre o presidente da Assembléia do ES, José Carlos Gratz, com acusações de abuso de poder econômico e denúncias de envolvimento com roubo de cargas.

TIROTEIO
Do governador eleito do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), sobre a decisão judicial que mandou suspender o processo de privatização do Banestes (Banco do Estado do ES):
- A Justiça Federal conseguiu interromper uma das maiores negociatas da história do Espírito Santo.

CONTRAPONTO

Prerrogativa do cargo

Em ritual que já virou rotina, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva recebeu presentes de eleitores anteontem pela manhã, ao deixar o edifício onde mora, em São Bernardo do Campo (SP). O metalúrgico Turíbio Liberato entregou ao petista balas de mel com gengibre e uma caixa com chocolates em formato de charutos.
Lula, que foi orientado por seus médicos a seguir uma dieta para reduzir o colesterol e diminuir o peso, decidiu distribuir os chocolates aos jornalistas.
-Se eu tiver de fazer dieta comendo chocolate, estou morto. Alguém quer mais um? -brincou ele, antes de entregar praticamente todos os doces.
-Mas eu comprei o presente para o senhor! - reagiu o sindicalista, inconformado.
O petista emendou, arrancando risadas:
-O presente é meu e dou para quem eu quiser...



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