|
Texto Anterior | Índice
ESPÍRITO SANTO
Gratz deve ficar preso durante todo o feriado
DA AGÊNCIA FOLHA
O ex-presidente da Assembléia
Legislativa do Espírito Santo José
Carlos Gratz, preso anteontem no
interior de São Paulo e levado à
sede da Polícia Federal em Vitória, tem poucas chances de ser libertado no feriado de Carnaval.
Nabor Bulhões, seu advogado,
disse ontem que não havia conseguido uma cópia da decisão do
Tribunal Regional Federal da 2ª
Região que determinou a prisão
preventiva do ex-deputado, o que
inviabilizava a possibilidade de
entrar com recurso a favor do seu
cliente. Bulhões disse que deve
apresentar seu pedido de habeas
corpus só após o Carnaval.
Gratz não teve regalias em sua
primeira noite na carceragem. Ele
foi colocado em uma cela comum, com apenas dois beliches
de concreto, um chuveiro e um
vaso sanitário. Após acordar, o
ex-deputado rejeitou o café da
manhã, composto por café com
leite e pão com margarina, que
considerou "muito mixuruca".
Gratz foi detido numa operação
conjunta das polícias Federal e
Rodoviária Estadual em Santa Rita do Passa Quatro (SP) e transferido para Vitória anteontem.
Apesar de reeleito para novo
mandato, Gratz não assumiu porque teve o registro cassado pelo
TSE por abuso de poder econômico. Depois, ele teve a prisão
preventiva decretada pelo Tribunal Regional Federal sob acusação
de compra de votos na eleição para a presidência da Assembléia
em 2000 e chegou a ter o nome incluído no registro de foragidos.
Dois PMs e vigilantes de uma
empresa particular reforçavam a
segurança no local ontem. Para
Hélbio Dias Leite, Coordenador
Regional Polícia Federal no Estado, o fundamental agora é manter
a integridade física de Gratz. Ontem pela manhã, Leite disse que
"qualquer pessoa com o poder
que tem José Carlos Gratz pode
ser alvo de vingança e execução
porque é fonte de informações".
A prisão do ex-deputado foi decretada em processo instaurado a
partir das investigações desse
grupo especial enviado pelo governo federal ao Espírito Santo. O
grupo apurou que deputados estaduais receberam 26 cheques de
R$ 30 mil supostamente para garantir a reeleição de Gratz para a
presidência da Assembléia.
(ADRIANA CHAVES)
Texto Anterior: No Planalto: Governo impõe mordaça ao funcionalismo Índice
|