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outro lado
Ibama agiu na surdina, protesta sindicato
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Em nota oficial, o Sindaçúcar
(Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool) de Pernambuco
disse que as autuações do Ibama foram feitas na "surdina". O
sindicato anunciou que contestará judicialmente as multas
aplicadas a casa usina.
Segundo Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, as usinas pernambucanas têm licenças de queima concedidas pelo
Ibama, além da assinatura de
um termo de compromisso
agroindustrial firmado com o
CPRH (Agência Estadual de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos), em vigor desde 2007.
"Na surdina, o Ibama entrou
em 17 usinas do Estado e proferiu essas autuações. Isso é com
contra-senso, pois o próprio órgão concedeu as licenças de
queima agrícola que valem até
2009. A lei não mudou, o que
querem agora é fazer uma nova
versão do que já existe", disse.
Ele afirmou que o ministro
Carlos Minc "precisa conhecer" o trabalho desenvolvido
pelos usineiros em Pernambuco. "Plantamos 130 mil mudas
por ano nas margens dos rios. É
lamentável o que está ocorrendo. Estão fazendo pirotecnia."
O superintendente do Ibama
em Pernambuco, João Arnaldo,
negou que os usineiros disponham de autorização para queimadas no volume em que elas
ocorreram. Na safra passada, o
Ibama autorizou, segundo o órgão, a queima controlada de
cerca de 777 quilômetros quadrados, o equivalente a 21% da
área total queimada.
Segundo Arnaldo, o Termo
de Compromisso Agroindustrial proposto pelos usineiros
não os dispensou do processo
de licenciamento ambiental.
Para o presidente do sindicato, os técnicos do ministério e
do Ibama não estudaram a situação ambiental de cada usina. Além disso, ele questionou
o trabalho do Ibama. "É estranho que os assentamentos do
Incra e as terras que estão com
o órgão não estejam sofrendo o
mesmo tipo de fiscalização que
as usinas." Segundo Cunha, os
trabalhos serão mantidos. "Não
suspenderemos a atividade industrial nem o plantio."
Durante a safra, que vai de
agosto a fevereiro, o setor sucroalcooleiro de Pernambuco
emprega cerca de 100 mil pessoas e produz, conforme o sindicato, 475 milhões de litros de
álcool, 19,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e 1,6 milhão de toneladas de açúcar.
O CPRH confirmou que as
usinas contam com licença
operacional agroindustrial.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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