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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Vaga coberta
A cúpula da PF em São Paulo soube em 14 de agosto
que, 25 dias antes, Protógenes Queiroz deixara no aeroporto de Congonhas o Land Rover apreendido em
operação contra a empresa MSI, em 2007, e colocado
sob sua tutela judicial. O delegado entrou no estacionamento às 19h22 de 20 de julho, um domingo, quando já havia sido afastado do comando da Operação Satiagraha. Na manhã seguinte, começou a "fase presencial" de seu curso na Academia Nacional da PF, em
Brasília. Quando ela terminou, em 22 de agosto, o
Land Rover já havia sido recolhido pela polícia.
Na decisão que fez de Protógenes o "fiel depositário" do carro, o juiz substituto da 6ª Vara Federal,
Márcio Rached Millani, esclarece que ele poderia ser
usado "exclusivamente na execução de diligências".
Registrado. No termo de
compromisso assinado por
Protógenes ao receber o Land
Rover, ele "fica advertido das
conseqüências que lhe advirão caso não cumpra o que foi
determinado sob as penas da
lei". A PF abriu sindicância
para investigar o caso, mas
não atendeu o pedido de informações do Painel.
Padrão. O roteiro do Planalto para o assunto grampo no
STF lembra o utilizado quando do dossiê dos gastos de
FHC. Primeiro, nega-se peremptoriamente a existência
de ilícito. Quando isso não é
mais possível, passa-se a atribuí-lo à ação de "infiltrados".
Problema dele. Congressistas envolvidos com o caso
notaram que, no que depender de Tarso Genro, a fatura
do grampo contra Gilmar
Mendes será toda empurrada
para Paulo Lacerda. O ministro da Justiça não se cansa de
dizer que o diretor-geral da
Abin tem "total autonomia".
Alerta 1. Relatório do Tribunal de Contas da União sobre gastos com cartões corporativos da Abin levanta suspeita de que funcionários da
agência compraram em segredo equipamentos para escutas. O documento fala em
"aquisição irregular de material", pago com dinheiro vivo e
sem comprovação fiscal.
Alerta 2. O parecer, assinado pelo ministro-relator do
TCU, Ubiratan Aguiar, afirma
que os saques com cartões sigilosos da Abin saltaram de
R$ 6,6 milhões em 2006 para
R$ 11,5 milhões no ano passado. "O que aumenta a relevância da ocorrência", diz o texto.
Familiar. A ministra Cármen Lúcia não compareceu à
reunião convocada pelo STF
após a revelação do grampo
porque ontem foi o aniversário de 90 anos de seu pai.
Visitador. Lula segue empenhado em eleger Luiz Marinho (PT) em São Bernardo do
Campo. Depois de subir no
palanque e gravar mensagens
de telemarketing, ele voltará à
cidade no dia 20 para evento
com o petista. No mesmo final
de semana, fará campanha em
Mauá, Guarulhos e Osasco.
Testemunhal. Chama-se
"Minha Vida de Prefeita" o livro que Marta Suplicy lançará
no dia 10, na Livraria Cultura
do Conjunto Nacional.
Catecismo. Alessandro
Molon (PT), ligado à Renovação Carismática, incluiu em
seu programa de TV no Rio fala do também católico Patrus
Ananias, em que o ministro
do Desenvolvimento Social
diz que os dois participaram
juntos de "movimentos inspirados nas tradições cristãs".
Nem aí. A campanha de
Marcelo Crivella (PRB) descumpriu determinação da
Justiça Eleitoral para parar de
usar a imagem de Lula. Ontem, a foto do presidente voltou a aparecer no programa. O
TRE-RJ anunciou o aumento
de R$ 20 mil para R$ 100 mil
da multa a ser aplicada.
Reação. Com a meteórica
subida de Márcio Lacerda
(PSB) nas pesquisas, a segunda colocada em Belo Horizonte, Jô Moraes (PC do B), recorreu à Justiça Eleitoral para
proibir a aparição do governador Aécio Neves (PSDB) na
campanha do adversário.
com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"O êxito de uma reforma política depende
de um sujeito oculto: o sistema eleitoral.
Sem alteração, nunca haverá verdadeiros
partidos, nem fidelidade partidária."
De MARCO MACIEL (DEM-PE), presidente da Comissão de Constituição
e Justiça do Senado, sobre o retorno da reforma política à pauta.
Contraponto
Conversa com o além
Durante recente palestra para representantes do setor
hoteleiro, Geraldo Alckmin resolveu contar a história de
um prefeito que lhe ensinou a ser sintético nos discursos,
de maneira a não aborrecer o público. O candidato disse
ter aprendido que, ao falar na inauguração de um hospital, por exemplo, deve-se limitar os cumprimentos aos
"agentes de saúde e pacientes".
-Numa escola, alunos e funcionários-, continuou.
Até que, no terceiro exemplo, citou um cemitério.
-Nesse caso cumprimento os meus conterrâneos e...
A platéia silenciou, e o tucano emendou:
-E os meus soterrâneos!
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