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Lacerda se diz "alvo" de denúncias
Segundo diretor-geral da Abin, seu trabalho como chefe da PF por cinco anos contrariou interesses
Para Lacerda, essas pessoas
estariam aproveitando a
fragilidade da imagem da
Abin atrelada à ditadura
militar para derrubá-lo
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor-geral da Abin
(Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda, afirmou que é "o principal alvo"
das denúncias segundo as quais
arapongas a serviço do órgão
teriam grampeado, com escutas telefônicas e ambientais, o
gabinete do presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal),
ministro Gilmar Mendes.
Segundo a Folha apurou, Lacerda afirmou a interlocutores
ter a certeza de que contrariou
interesses diversos nos cinco
anos em que esteve à frente da
PF durante o governo Lula.
Agora, segundo sua versão,
os contrariados estariam aproveitando a fragilidade da imagem da Abin, identificada com
práticas ilegais de espionagem
usadas na ditadura militar,
quando o órgão ainda era o SNI
(Serviço Nacional de Informações), a fim de derrubá-lo.
Para Paulo Lacerda, o diálogo divulgado pela revista "Veja" no último final de semana
poderia ter sido gravado por interesses privados.
"O que está dito ali exige investigação séria, científica. Não
podemos nos contentar com
uma publicação jornalística,
com direito constitucional a sigilo de fonte, para responsabilizar quem quer que seja, apesar
de as acusações publicadas serem muito sérias", afirmou ele
a um interlocutor.
Paulo Lacerda foi diretor-geral da Polícia Federal durante
cinco anos do governo Lula,
cargo do qual saiu para assumir
a direção-geral da Abin.
Na reunião que teve com o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o ministro Gilmar Mendes lembrou que, quando houve vazamento indevido de seu
nome como um dos beneficiários da lista de presentes distribuídos pela empreiteira Gautama, cujas fraudes foram descobertas pela Operação Navalha,
deflagrada pela PF, Lacerda era
o diretor-geral do órgão.
Diante da CPI dos Grampos,
Lacerda assumiu que deu o
aval para que agentes da Abin
colaborassem com a Operação
Satiagraha, deflagrada no início
de julho e quando foram presos
o banqueiro Daniel Dantas, o
ex-prefeito de São Paulo Celso
Pitta e o investidor Naji Najas.
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