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Movimento não divulga seus balanços
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
Doações vindas de pastorais,
de ONGs (organizações não-governamentais) do Brasil e do
exterior, dos assentados da reforma agrária, de políticos e de
sindicatos formam o caixa do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O movimento, porém, não
apresenta seus balanços, justamente por ser uma entidade
que inexiste juridicamente.
Como não existe oficialmente, usa a Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola) e a Concrab (Confederação
das Cooperativas de Reforma
Agrária do Brasil) para receber
doações e fazer convênios.
A partir de meados dos anos
90, com o aumento de famílias
assentadas no governo FHC, a
arrecadação do movimento
também cresceu. Os recursos
passaram a vir também dos assentados, com doações ao MST
de um percentual (1% a 2%) de
seus créditos do governo. Além
disso, o movimento conta com
as verbas públicas repassadas
às suas cooperativas.
No final dos anos 90, o caixa
do movimento recebeu quantias extras referentes aos direitos do livro "Terra", do fotógrafo Sebastião Salgado.
Nos tempos de hiperinflação,
os cheques vindos do exterior
em envelopes já chegavam ao
MST com seus valores inchados. As cifras cresciam ainda
mais, semanas depois, com o
acúmulo da inflação nacional.
Atualmente, coordenadores
estaduais e nacionais recebem
uma espécie de ajuda de custo,
que varia de um a três salários
mínimos.
Políticos também colaboram
com o movimento, emprestando imóveis e financiando o pagamento de funcionários.
Até para invadir uma fazenda, o MST precisa de caixa: aluguel de caminhões para o
transporte dos sem-terra e
compra de madeiras e lonas
para a montagem dos acampamentos, além de alimentos e
remédios.
Para manter os acampamentos, contam com a ajuda dos
trabalhadores já assentados,
que passam a doar parte de sua
produção para o sustento dos
sem-terra. As cestas básicas
distribuídas pelo governo são
insuficientes para atender à
atual demanda -200 mil famílias acampadas.
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