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PRATO FEITO
Restaurante destinará aos sem-terra parte do dinheiro das vendas
Nova York cria prato para o MST
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Um aperitivo à base de pesto,
batatas, creme de tofu e repolho
marinado foi a receita que a
americana Leslie McEachern,
54, encontrou para apoiar o
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Inspirada pela luta do maior
movimento social brasileiro, a
proprietária do restaurante Angelica Kitchen, em Nova York,
incluiu há um mês no cardápio
da casa o prato batizado de
"Agrarian salgado".
Parte da renda arrecadada
com a venda do prato, que custa
US$ 6,50 (aproximadamente R$
18,50), será enviada ao MST. O
percentual, no entanto, ainda
não foi estipulado.
Além da descrição dos ingredientes do "Agrarian salgado",
o menu do Angelica Kitchen
traz um pequeno texto explicando a trajetória do MST e informando que parte da renda
será doada ao movimento.
Segundo a proprietária, o prato tem sido bem recebido pelos
fregueses do restaurante. Uma
clientela eclética -de "yuppies" a donas-de-casa que fazem parte dos Vigilantes do Peso- frequenta o restaurante vegetariano localizado no East Village, bairro com perfil boêmio e
atrações gastronômicas.
A idéia para essa forma inusitada de financiamento para o
MST, conta McEachern, nasceu
aos poucos.
"Por intermédio de um amigo, líderes do MST vieram ao
meu restaurante quando estiveram em Nova York há uns três
anos. Conheci a proposta do
grupo e me interessei em ajudá-los. Para mim, é um dos movimentos sociais mais positivos
de todo o planeta", afirma
McEachern.
"Missão"
Depois desse encontro em
Nova York, a proprietária manteve contato com os integrantes
dos sem-terra no Brasil. A parceria culminou com uma visita
dela ao Brasil.
A convite do MST, McEachern participou do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre,
no começo deste ano.
Na época, a dona do Angelica
Kitchen chegou a oferecer conselhos nutricionais aos sem-terra que conheceu nos assentamentos que conheceu no país.
Ela diz que agora sua "maior
missão" é "educar" os seus
compatriotas americanos.
"Sei que o dinheiro arrecadado com o prato não vai fazer
tanta diferença, mas é a minha
maneira de participar. Quero
educar as pessoas daqui. Todos
precisam conhecer a importância desse movimento social",
afirma ela.
A proprietária diz ainda que o
apoio a causas sociais, como a
do MST, faz parte da sua trajetória pessoal.
"Sempre fui engajada. Mas o
que mais me atraiu no MST foi
que o movimento é baseado na
cooperação e na solidariedade.
É um grande exemplo."
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