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DATAFOLHA
Pesquisa mostra que, para 44%, o governo petista apresenta um desempenho regular; a taxa de ruim ou péssimo é de 11%
Aprovação de Lula oscila de 45% para 42%
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao completar dez meses de
mandato, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva sofreu uma pequena oscilação na sua popularidade, que saiu de 45% em agosto e
escorregou para 42% agora, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 28 e 29 de outubro.
Como a margem de erro é de
dois pontos percentuais para
mais ou para menos, Lula poderia
ter, em agosto, entre 43% e 47%
de ótimo ou bom. E agora pode
ter entre 40% e 44%, o que mostra
uma oscilação dentro da margem
de erro do levantamento.
O Datafolha entrevistou 3.627
pessoas em 130 cidades nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Para 44% dos entrevistados, o
governo Lula apresenta um desempenho regular. A taxa de ruim
ou péssimo foi de 10% para 11%.
A pesquisa mostra que há, até
agora, uma estabilidade na taxa
de aprovação de Lula neste seu
primeiro ano como presidente.
No primeiro levantamento do
instituto neste ano, em março,
Lula começou com 43% de aprovação para seu governo -taxa
dos entrevistados que disseram
que a administração era boa ou
ótima. O percentual foi para 42%
em junho e para 45% em agosto.
Com os 42% atuais, portanto,
Lula ziguezagueou de 42% a 45%
nesses seus dez primeiros meses.
Do ponto de vista técnico, não é
possível dizer se há uma tendência de alta nem de baixa na avaliação da imagem de seu governo.
A pequena variação negativa
neste décimo mês ocorreu em
meio a algumas pequenas crises
no governo. Duas delas envolvendo os ministros Agnelo Queiroz
(Esportes) e Benedita da Silva
(Assistência Social). Ambos viajaram para o exterior, foram criticados e devolveram parte da verba.
Ainda assim, a percepção geral
do eleitorado sobre os ministros
de Lula não é muito abaixo do que
a avaliação do governo: 38%
acham que seus assessores de primeiro escalão têm um desempenho ótimo ou bom, 48% acham
que é regular e 10% escolheram a
categoria ruim ou péssimo.
Focos de antipatia
Apesar da manutenção da popularidade do governo num patamar acima de 40%, a pesquisa
permite localizar o que podem ser
potenciais focos de antipatia em
relação à administração -ainda
que esse descontentamento seja
incipiente se considerado o conjunto global do levantamento.
Por exemplo, entre os brasileiros com renda mensal superior a
dez salários mínimos, a aprovação de Lula caiu de 44% em agosto para 37% agora.
Também demonstraram um
pouco de desencanto os entrevistados com nível escolar médio,
entre os quais a aprovação a Lula
baixou de 45% para 40%. Entre os
nordestinos, diminuiu o conceito
do presidente, com uma queda de
48% para 44% na popularidade.
No que diz respeito ao desempenho da economia e situação geral do país, há sinais desencontrados emitidos pelos pesquisados.
Por exemplo: para 26%, os maiores beneficiados até agora pelo
governo Lula são os políticos. Em
segundo lugar, com 18%, os bancos -que têm anunciado lucros
altos neste ano por causa da manutenção das altas taxas de juros.
Embora satisfeitos com o governo e com o desempenho pessoal
do presidente, os brasileiros parecem pouco ou moderadamente
felizes com o que aconteceu com
as suas vidas. Apenas 20% dos entrevistados disseram que estão
hoje melhor do que antes da posse
de Lula, em 1º de janeiro passado.
E 67% acham que está tudo igual
nas suas condições de vida. Para
12%, a situação hoje é pior.
Todos os indicadores de imagem pessoal de Lula continuam
preservados em patamares altos.
Um sinal de que tem dado certo a
estratégia do presidente de falar
de improviso e usar metáforas -como comparar a
negociação da Alca (Área
de Livre Comércio das
Américas) com o truco,
um jogo de baralho.
Para 90% dos entrevistados, Lula é uma pessoa humilde. Há 89% dos brasileiros que o
consideram simpático. Já 80% enxergam sinceridade nos seus atos.
Em 71% das respostas das classes D e E, ele é dado como muito
inteligente. O percentual cai para
64% nas classes A e B. A maior diferença de avaliação entre classes
sociais é quando o Datafolha pergunta se Lula é democrático. Para
78% dos integrantes da elite (classes A e B), sim, ele é. Já, entre os
mais pobres (D e E), 58% acham
que Lula tem esse predicado.
A maioria dos eleitores que declaram ter votado em Lula no segundo turno está satisfeita: 51%
aprovam seu desempenho.
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