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CAMPO MINADO
Seis sem-terra são presos em Pernambuco
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Seis sem-terra ligados à CPT
(Comissão Pastoral da Terra) e ao
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram
presos ontem pela manhã durante a desocupação do engenho Prado, em Tracunhaém (72 km do
Recife), na Zona da Mata pernambucana, onde 300 famílias
moravam há seis anos.
A desocupação foi em cumprimento à decisão do Tribunal de
Justiça do Estado, que determinou em julho a reintegração de
posse ao grupo João Santos, proprietário da fazenda. O engenho
possui 2.600 hectares, dos quais
800 hectares já eram cultivados
pelos sem-terra.
A pedido do Incra, os agricultores decidiram deixar o local espontaneamente e, na madrugada
de ontem, já começaram a desmontar o acampamento e construir novas barracas a cerca de oito quilômetros do engenho, às
margens de uma rodovia.
O argumento utilizado pelo Incra para convencer os sem-terra a
deixar o local pacificamente foi a
garantia de que o processo de desapropriação já teria sido entregue à Casa Civil e que, ainda nesta
semana, o decreto presidencial
deve ser assinado.
Cerca de mil homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar
acompanharam a desocupação.
Houve confusão na saída dos
sem-terra. Segundo a assessoria
de imprensa da PM, alguns integrantes estavam armados com
foices, lanças e chegaram a jogar
bolas de gude nos policiais.
De acordo com o advogado da
CPT, Bruno Ribeiro, toda a desocupação foi tranquila, como a comissão se comprometeu a fazer
antecipadamente, e os seis sem-terra presos seriam liberados ainda na tarde de ontem, logo após
passar por exame de corpo de delito, por terem sofrido agressões.
A PM nega a agressão.
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