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Brasil fez mais escutas que os EUA em 2007
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto no Brasil foram realizadas legalmente
cerca de 409 mil escutas
telefônicas em 2007, no
mesmo período a Justiça
dos EUA autorizou 2.208
interceptações, segundo
levantamento do advogado Fernando Tibúrcio Peña passado com exclusividade à Folha. Os dados foram obtidos diretamente
das cortes americanas.
De acordo com os cálculos de Peña, se a média
americana de 94 pessoas
por número ou meio interceptado pudesse servir
de base para o caso brasileiro, "chegar-se-ia ao impressionante número de
38,44 milhões de indivíduos alvos de "arapongagem'" em 2007.
Há considerações a serem feitas no caso brasileiro. Segundo a CPI dos
Grampos, o total de escutas autorizadas em 2007
inclui prorrogações, o que
pode ter gerado uma distorção. Pela lei, a interceptação pode ser prorrogada
a cada 15 dias. Em tese, um
mesmo telefone pode sofrer até 48 autorizações
judiciais em um ano.
Os casos de corrupção
no Brasil investigados pela
PF nos últimos anos têm
crescido consideravelmente. Não é possível saber em qual dos dois países há mais apurações policiais que justifiquem o
uso do grampo.
Nos EUA, o número de
2.208 interceptações exclui as 1.701 extensões de
prazo. Do total de autorizações, só 457 foram concedidas na esfera federal.
Cada ordem de interceptação gerou um custo
médio de US$ 48.477. Foram presas 4.830 pessoas
e 984 pessoas foram condenadas (não necessariamente as mesmas presas
em 2007).
(LS E HC)
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