São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

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Na contramão do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), segundo quem a proposta de endurecer a legislação sobre grampos telefônicos "é conversa mole", o do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirma que colocará para votar na próxima quarta, na CCJ e logo em seguida em plenário, projeto de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) nesse sentido.
O texto aumenta em um terço a pena para grampo clandestino se o responsável for servidor público. Limita a um ano o prazo de escuta legal e estabelece que o grampeado tem o direito de receber tudo o que a investigação coletar contra ele. Garibaldi dá de ombros para a opinião de Chinaglia. Diz ter o endosso de Lula para aprovar o projeto e remetê-lo à Câmara.



Consumado. Ninguém, no governo ou no Congresso, leva a sério a idéia de que o "afastamento" de Paulo Lacerda da direção da Abin possa ser apenas temporário.

Cansei. Não pegou bem no STF a entrevista em que o procurador-geral da República afirmou que "dificilmente" será descoberta a autoria do grampo contra Gilmar Mendes. Ontem, mais de um ministro da Corte se referiu a Antonio Fernando como "o investigador cansado".

Plataforma. "Eu venho do futuro. Eu venho de Jubarte." Assim Dilma Rousseff encerrou seu discurso no evento de 40 anos da revista "Veja". O público logo entendeu que a ministra, que horas antes acompanhara Lula na primeira extração de petróleo da camada pré-sal, já tem slogan para a campanha de 2010.

Estilos. Enquanto os presidenciáveis Ciro Gomes (PSB) e Aécio Neves (PSDB) abordaram as composições políticas para a eleição de 2010, os discursos de Dilma (PT) e José Serra (PSDB) foram pródigos em números. Ambos mencionaram o "tripé" formado por "metas de inflação, câmbio e responsabilidade fiscal".

Vento a favor. Aliados de Gilberto Kassab (DEM), que circulava sorridente pelo evento que reuniu PIB e políticos, tratavam de divulgar dados de pesquisas da campanha de Marta Suplicy (PT), segundo as quais o prefeito estaria em empate técnico com Geraldo Alckmin (PSDB). "São os petistas que já estão vendo a gente no segundo turno", dizia um kassabista.

Afinidades. Marta sentou na primeira fila para aplaudir Dilma. Kassab recebeu Serra. Alckmin chegou 15 minutos após a saída do governador.

Socos... A guerra fria entre PMDB e PT em Salvador evoluiu para confronto aberto. O programa de televisão do prefeito João Henrique agora chama o petista Walter Pinheiro de "traidor do presidente Lula" por ter se oposto à reforma da Previdência.

...e pontapés. Fora da tela, o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, passou a qualificar como "sanguessugas" os partidos que abandonaram a prefeitura às vésperas da eleição, caso do PT.

Aqui, agora. Terceira colocada em Fortaleza, a senadora Patrícia Saboya (PDT) tenta usar como alavanca seu trabalho à frente da CPI da Prostituição Infantil. Aos prantos, num cenário escuro, a candidata relata na TV ter visto "crianças de cinco anos fazendo sexo oral" e ameaça com prisão quem praticar abuso de menores na cidade.

Só ele. De Garibaldi Alves, sobre a prometida ida de Lula a Natal, onde Fátima Bezerra (PT) patina: "Ele disse que iria. Pode até não conseguir elegê-la, mas, se não for, aí é que a coisa complica de vez".

Bi-bi. Em Denver, onde esteve para acompanhar a convenção do Partido Democrata, o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), realizou um antigo sonho. Desfilava entre a cidadezinha onde se hospedou e a sede do evento num lustroso Cadillac, alugado numa promoção.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Eu não sou presidenciável. Em 2010, estarei onde o Lula estiver."

Do ministro do Desenvolvimento Social, PATRUS ANANIAS , algo jururu por ter sido incluído no rol de "debatedores", e não no de "presidenciáveis", em evento realizado ontem em São Paulo.

Contraponto

Missão impossível

Uma multidão aguardava a chegada de Lula e comitiva, na manhã de ontem, à plataforma Juscelino Kubitschek, em Vitória, para o evento que marcou a primeira extração de petróleo da camada pré-sal.
No meio de tanta gente, um rapaz conseguiu chegar mais perto das autoridades e gritar:
-Lula, pelo amor de Deus, salva o meu Vasco!
Antes que o presidente, corintiano porém simpatizante do time de São Januário, pudesse responder, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), tratou de tirar a esperança do torcedor:
-Meu filho, está mais fácil achar petróleo no pré-sal...


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