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Advogado de Dantas diz que vai interpelar Felix judicialmente
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O advogado do banqueiro
Daniel Dantas, do grupo Opportunity, Nélio Machado, disse ontem que vai interpelar criminalmente o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, da Presidência, general
Jorge Armando Felix, caso ele
não retire a acusação que fez de
que o grampo no gabinete do
presidente do STF teria sido
encomendado por Dantas.
Em reuniões realizadas anteontem, no Planalto, o general, segundo relato de presentes, apontou como a principal
hipótese para o grampo no gabinete de Gilmar Mendes a de
que agentes da Agência Brasileira de Informações teriam sido contratados pelo banqueiro
para fazer e divulgar a escuta.
Machado comparou o general Felix ao coronel Job Lorena,
que presidiu o inquérito militar
sobre o atentado no Riocentro,
em 1981. Sem saber como explicar por que uma bomba explodiu num carro onde estavam
um sargento e um capitão do
Exército, Lorena acusou a esquerda de colocar a bomba.
""Na falta de explicação razoável para o grampo no STF, o
general fez uma elucubração
fora de propósito, que beira o
delírio. De todas as cogitações
em desfavor de meu cliente, esta foi a mais absurda. Acho que
ele se lembrou dos tempos de
exceção. Se pudesse atribuir a
bomba do Riocentro a Daniel
Dantas, o general o faria", disse.
Sobre a interpelação, ele disse que não abrirá mão de recursos legais na defesa de Dantas e
que a "república dos generais"
já passou: ""Conheci a república
dos generais e a enfrentei como
advogado". Ele comparou a
Abin ao SNI (Serviço Nacional
de Informações) da ditadura.
Para Machado, a hipótese
mais provável é a de que o
grampo tenha sido feito pela
Abin em retaliação por Gilmar
Mendes ter mandado soltar
Daniel Dantas: ""Ninguém negou até agora que a Abin tenha
participado ativamente da investigação da PF que resultou
na Operação Satiagraha, que levou Dantas à prisão".
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