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Diretor da PF vai ao STF para apresentar delegados do caso
Presidente do Supremo, Gilmar Mendes foi avisado que será ouvido como testemunha durante a investigação do grampo
William Morad, que irá liderar o inquérito, é chefe da divisão de combate a crimes fazendários e homem de confiança de Corrêa
FELIPE SELIGMAN
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa,
apresentou ontem à cúpula do
STF (Supremo Tribunal Federal) os delegados responsáveis
pelo inquérito que vai investigar o grampo que interceptou
conversa entre o presidente da
corte, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Corrêa também avisou a
Mendes que ele será ouvido como testemunha durante a investigação.
Como presidente do Supremo Tribunal Federal, ele poderá marcar a data e o local. Assim
como ele, outras autoridades
citadas na reportagem da revista "Veja" desta semana, como
os ministros José Múcio (Relações Institucionais) e Dilma
Rousseff (Casa Civil), por
exemplo, também deverão ser
ouvidos, conforme relatou o
chefe da PF a Gilmar Mendes.
Ainda na reunião ontem,
Corrêa disse que a primeira linha de investigação que deverá
ser seguida é tentar relacionar
os grampos ilegais recentemente divulgados à Operação
Satiagraha, ocorrida em julho.
Nela foram presos Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e
o investidor Naji Nahas. Dias
depois, Mendes mandou soltar
Dantas por duas vezes, gerando
mal-estar no Judiciário e na relação com o Executivo.
Estiveram também na reunião o diretor-executivo da PF,
Romero Menezes, os diretores
Daniel Lorenz (Inteligência) e
Roberto Troncon (Combate ao
Crime Organizado) e os delegados Rômulo Berredo e William
Morad. Este será o principal
responsável pela investigação.
Na PF há cinco anos, Morad
está em Brasília há não mais de
um ano. É chefe da divisão de
combate a crimes fazendários e
está subordinado a Berredo,
homem de confiança de Corrêa
(já chefiou o seu gabinete) e que
foi destacado para ajudar Morad na condução do inquérito.
"Viemos aqui para demonstrar que a polícia está preparada para fazer uma investigação
na medida do que a sociedade
espera, e também pedir um
apoio e, se ele entender, designar alguém para acompanhar
[investigações]", disse Corrêa.
Ficou acertado que técnicos
da Secretaria de Segurança do
STF, que realizam constantes
varreduras no tribunal, deverão se encontrar nos próximos
dias com técnicos da PF.
Além dos depoimentos, a PF
deverá contar com o auxílio do
INC (Instituto Nacional de Criminalística) para tentar identificar de quem partiu a ordem
do grampo e como ele foi feito.
A análise ficará a cargo do departamento de audiovisual.
Segundo investigadores contaram à Folha, é "muito difícil", nesse tipo de caso, chegar a
um laudo conclusivo, que identifique responsáveis. De acordo
com um deles, tudo depende da
condição do grampo (não localizado) e de como foi gravado.
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