São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002 |
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PAINEL Nas nuvens FHC disse a interlocutores ter achado Lula e sua comitiva ainda muito "deslumbrados" com a vitória na eleição presidencial. Sem muita ciência das dificuldades que vão enfrentar. Censura palaciana FHC também achou um erro a aparição de Lula no "Jornal Nacional", que julgou muito informal para um presidente. Coincidência ou não, a sua entrevista ao JN dias depois foi dada com todo apego à liturgia do cargo. Oposição governista Na reunião ampla de FHC e Lula com seus auxiliares, Antônio Palocci Filho brincou, dizendo que não entendia por que José Serra havia defendido pouco o governo na campanha. Achou um erro estratégico. Disse ainda que o PT usou mais imagens de FHC do que o tucano. Haja saliva Lula fará uma série de reuniões com governadores a partir da próxima semana. A idéia inicial é que haja uma para cada região do país (Norte, Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste). Divisão de problemas Na cúpula do PT, há quem defenda que, em vez de fazer reuniões por regiões, Lula as faça por temas de interesse comum: Estados amazônicos, industrializados, vítimas da seca etc. A renegociação das dívidas ficaria para mais tarde num encontro com todos eles, incluindo a reforma tributária na discussão. De um jeito ou de outro O senador eleito Aloizio Mercadante não conseguiu entrar na equipe de transição de Lula. Mas seu primo Otávio Mercadante, dirigente do Ministério da Saúde, foi escalado por FHC para cuidar da área de saúde na transição pelo atual governo. Dupla ACM é o principal cabo eleitoral da candidatura do peemedebista José Sarney à presidência do Senado dentro do PFL. Dividendos agrários O MST e outras entidades ligadas à reforma agrária combinaram em se reunir no fim de novembro no DF para elaborar lista de reivindicações de caráter urgente a ser entregue a Lula. Entre elas, o pedido de revogação da medida provisória que criminaliza as invasões de terra. Papel de mediador A missão do FMI que chegará ao Brasil na próxima semana fará três tipos de reuniões: só com dirigentes do atual governo, só com representantes da administração que assume no dia 1º de janeiro e encontros conjuntos com os dois grupos. Intimação no cemitério Um político brasileiro suspeito de ter grandes quantias de dinheiro no exterior acha que descobriu uma saída. Se o cerco apertar, pretende dizer que a conta foi aberta, à sua revelia, por seu tesoureiro, já morto. Cuidado moral Michel Temer (SP) diz ser contrário à participação do PMDB no governo Lula. Na terça-feira, quando o partido se reunirá, vai propor que a sigla dê governabilidade ao petista no Congresso, mas não integre o ministério. "Se for para o governo, o PMDB se desmoraliza com a pecha de fisiológico", afirma. No palitinho Presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB) decidiu que a escolha de gabinetes entre os deputados recém-eleitos será feita por sorteio. Os deputados que já estavam na Casa têm o direito de manter as suas salas atuais. Mas, se quiserem uma melhor, terão de participar do sorteio. Quase irmão Durante a campanha eleitoral, aliados de Roberto Requião (PMDB-PR) espalharam pelo interior do Paraná faixas com a frase "Agora é Silva, irmão". Explicação: Requião tem o mesmo sobrenome do presidente eleito. Chama-se Roberto Requião de Mello e Silva. TIROTEIO Do deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), sobre o atual governo tentar dividir com Lula a responsabilidade pelas mudanças no Orçamento-2003: - O Orçamento do ano que vem não é o primeiro da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. É o último do governo Fernando Henrique. Essa responsabilidade não pode ser transferida. CONTRAPONTO Urgência imprópria
A eleição para governador do
Ceará foi uma das mais disputadas do país. Lúcio Alcântara
(PSDB) derrotou José Airton
(PT) por 3.047 votos. |
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