FABIANA REWALD
DO AGORA

Não há nenhum tipo de crise no governo para o ministro da Casa Civil, José Dirceu. O PT está forte para concorrer às eleições municipais e, se a eleição para presidente acontecesse novamente hoje, Lula seria eleito "com certeza" -embora várias pesquisas venham apontando a queda de aprovação do governo Lula.
Pela manhã, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo), em um encontro para candidatos a prefeito e a vereador de cidades do ABC paulista, Dirceu começou o seu ataque aos tucanos, que têm criticado a atuação do governo.
"É um absurdo chamarem o governo de incompetente. Quem eles são? Eles são o governo que fizeram o apagão, que diziam que as questões sociais não passavam de masturbação sociológica", disse -uma alusão distorcida a uma crítica feita em 18 de abril de 1995 pelo então ministro das Comunicações, Sérgio Motta (que morreu em 1998) a setores do governo FHC: "Essa masturbação sociológica me irrita", disse o ministro, referindo-se à morosidade do governo na área social.

País falido
À tarde, no 6º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT (Central Única dos Trabalhadores), o ministro voltou a elogiar a atuação de Lula. "Nosso governo já financiou duas vezes mais que o governo passado financiou em sete anos para saneamento", afirmou. "Nós recebemos um país que é o que tem o sistema elétrico mais barato, mais moderno do mundo, falido, em apagão, porque os tucanos conseguiram isso, o que seria quase impossível."
Dirceu também disse que o governo está seguro -mesmo com a queda da popularidade: "O governo está bem nas pesquisas. Nós estamos confiantes, seguros. Quem quer governar tem de estar preparado para enfrentar subidas e descidas na popularidade. Sabemos ler as pesquisas e tomar as medidas necessárias", afirmou.
Ele também tentou negou uma queda-de-braço entre ele e o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo. Disse que a articulação política está muito bem com Rebelo: "Eu só faço aquilo que ele e o governo me pedem", disse.
Sobre as acusações de que o governo teria apressado a liberação de verbas para obras durante a campanha eleitoral, com o intuito de favorecer principalmente as prefeituras petistas, Dirceu disse que o governo fez o que está previsto em lei. "Diziam que o PT não executava o Orçamento. Nós atendemos aos apelos e estamos executando o Orçamento. Com relação à liberação de recursos, a legislação exige que eles sejam liberados até o dia 3 [de julho]. Não existe essa questão de beneficiar as prefeituras do PT."



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