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PERSONAGENS
"Agora, será difícil mudar"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Antonio Delfim Netto, 78, deputado federal do PP de São Paulo, era deputado pelo mesmo partido (então chamado de PDS) em
1988. Durante muitos anos, foi o
homem forte da área econômica
do regime militar (1964-1985).
Atuou no Congresso constituinte
nas questões econômicas:
"O problema da Constituição
brasileira é que o tamanho dela é
inversamente proporcional ao
desenvolvimento do país. É uma
prova acabada do nosso subdesenvolvimento. É até um milagre
observar o que hoje ainda acabou
restando de coerência no país.
Ainda assim, o prólogo do texto
define muito bem o tipo de nação
que o Brasil deseja ser. E com a
eleição do presidente Lula, a
Constituição completa a sua maturação. Foi um passo qualitativo
enorme essa alternância no poder. Quando o texto foi promulgado, havia dois grupos importantes contrários. Um deles era de
um homem só, o Roberto Campos [morto em outubro de 2001].
Ele achava o texto muito socialista. O outro grupo era liderado pelo PT, que achava tudo muito capitalista. A Constituição foi escrita antes da queda do Muro de Berlim, quando o PT ainda acreditava numa sociedade sem classes.
Hoje, com as reformas, o texto está esquecendo a idéia de transformar o mundo. Ficou com a idéia
de adaptá-lo. Apesar dos seus
problemas, é importante que não
levemos a Constituição na flauta.
Tenho muita dúvida se uma miniconstituinte seria possível. O poder constituinte emerge de uma
quebra do poder original. Agora,
acho que será difícil pensar em
mudar alguma cláusula pétrea."
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