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Em debate, petista diz que governo "impôs" seu afastamento de comissões do Senado
Helena se vê alijada pelo PT
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em seminário realizado por
uma ala moderada do PT -o
Movimento PT-, em Brasília, a
senadora Heloísa Helena (PT-AL)
reclamou do tratamento que tem
recebido da cúpula partidária, criticou os rumos da política econômica e cobrou maior debate interno das propostas do governo.
Muito aplaudida, a senadora
afirmou ontem que o PT ""impôs"
seu afastamento das principais
comissões técnicas do Senado, como CAE (Comissão de Assuntos
Econômicos) e CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça), para evitar sua participação no exame de
questões como a autonomia do
Banco Central e as reformas.
"De nada adianta termos batido
oito anos no governo e agora não
mudarmos os rumos [da política
econômica". No momento em
que o FMI está sendo desqualificado no mundo todo, nós estamos legitimando esse órgão", disse ela, segundo participantes do
evento -fechado à imprensa.
Os integrantes do Movimento
PT querem transformá-lo em
mais uma tendência (grupo com
representatividade) no partido.
Cerca de 200 delegados da sigla
estavam presentes ao encontro.
Diante do presidente do PT, José Genoino, que também participou do debate, deputados do Movimento PT criticaram a relação
do governo com o partido. Para
Arlindo Chinaglia (SP), o governo
não consegue ter uma ""relação
adequada com o PT e com o Congresso". Fernando Ferro (PE) disse que o governo precisa ""estreitar sua comunicação" com o PT,
que considera ""insuficiente".
Já o deputado Carlos Santana
(RJ) cobrou mais debate interno
das propostas polêmicas, como a
regulamentação do sistema financeiro, discutida, segundo ele, ficou ""longe da militância".
Segundo um participante, a senadora afirmou estar com uma
""gigantesca preocupação" com os
rumos da política econômica e
que quer ter o ""direito de falar"".
Disse que, se estiver errada, quer
ser convencida por argumentos e
não ""por punições e ameaças".
Genoino disse que o PT não pode ""tutelar" o governo, mas também não pode ser oposição a ele.
Ele disse que o PT precisa ser
""parceiro" do governo, mesmo
havendo ""tensionamento". Para
ele, o partido tem que manter a
unidade de ação, apesar das divergências de opinião.
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