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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Alckmin e Kassab atacam plano de Dilma para metrô
Adversários de Marta dizem que verba federal não será "de graça", e sim um empréstimo
Ministra afirma no rádio, em programa da petista, que dinheiro é "financiamento" via BNDES e Caixa, e não vem do Orçamento da União
DA REPORTAGEM LOCAL
Tema central da campanha
de Marta Suplicy (PT) à prefeitura, a promessa de injeção de
dinheiro do governo federal na
expansão do metrô paulistano
a partir do ano que vem se
transformou em arma dos adversários, que tentam desqualificar o discurso da ex-prefeita.
Ontem, dia em que a ministra
da Casa Civil, Dilma Rousseff,
foi ao programa de rádio de
Marta para dizer que a União
"financiará" novas linhas, Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM),
num raro momento de sintonia, correram para frisar que, se
a verba sair, não será de graça, e
sim em forma de empréstimo.
Ao longo da campanha, Marta tem dito que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva vai
"colocar" dinheiro no metrô.
A Folha revelou nesta semana que a proposta de Orçamento da União para 2009, no entanto, não prevê tal aporte. Dilma, então, foi convocada pela
campanha petista para explicar
que dinheiro sairá em forma de
financiamento via BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e
Caixa Econômica Federal.
Embora os empréstimos de
agentes de desenvolvimento
sejam mais vantajosos do que
os da iniciativa privada, Kassab
aproveitou para explorar o fato
de que o governo do Estado terá, no fim, de pagar por esse dinheiro, com aplicação de juros.
"É inédito. O compromisso
da candidata sendo desmoralizado antes mesmo de ela tentar
ser eleita", ironizou o prefeito.
"A candidata do PT falou, falou, falou que o governo federal
ia pôr meio bilhão por ano no
metrô e o Orçamento foi enviado com recurso para várias capitais brasileiras, e São Paulo
tem zero", insistiu Alckmin.
O tucano repetiu que a Caixa
e o BNDES "fazem financiamento". "Não é recurso federal
para metrô, é totalmente diferente", disse o ex-governador.
No programa de rádio de
Marta, o locutor simula receber uma ligação de Dilma. "Andam dizendo que o presidente
Lula não está interessado em
ajudar a resolver o problema de
transporte e trânsito em São
Paulo", diz ele. A ministra responde: "Como é que nós não
trataríamos de um dos problemas mais graves? Eu explico, é
fácil de entender. Os primeiros
recursos não são do Orçamento, são financiamentos".
A ministra ainda ressalta:
"Olha, São Paulo pode ficar
tranqüila no que depender do
presidente Lula". Marta interage: "São Paulo agradece o seu
apoio e o do presidente Lula."
Esforço concentrado
O PT vai contar com forte
ajuda federal na ofensiva que
programou para os 15 últimos
dias da campanha de Marta.
O partido negocia novos
eventos com Lula. Um está praticamente confirmado para o
dia 20, em Brasilândia, zona
noroeste. Petistas ainda tentam acertar sua ida a mais quatro comícios, nos dias 27 e 28,
nos extremos leste e sul.
Além disso, ministros vão intensificar ações com Marta.
Depois da participação de Dilma no programa de rádio, hoje
é a vez de Tarso Genro (Justiça)
ter agenda com a ex-prefeita.
Na segunda, será a vez de Paulo
Vannuchi (Direitos Humanos).
Lula já andou em carro aberto e fez comício com a petista
no extremo leste, sábado passado. Na zona noroeste, palco da
nova aparição do presidente, a
petista promete construir um
hospital. O plano de Marta para
o metrô chega até Cachoeirinha, bairro da mesma região.
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