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OUTRO LADO
Promotoria nega perseguição
DA REPORTAGEM LOCAL
"A velha tática de desqualificar
os acusadores é muito antiga, mas
já aviso que não vai funcionar
com o Ministério Público", afirmou Ricardo Dias Leme, assessor
especial da Procuradoria Geral de
Justiça de São Paulo.
Encarregado de rebater as críticas dirigidas ao procurador-geral,
Dias Leme disse que Luiz Antônio
Marrey Filho não irá "bater boca"
com o secretário de Governo, Mário Maurici de Lima Morais, que,
segundo ele, se baseia no "fuxico"
para tentar defender a prefeitura
de Santo André das acusações de
irregularidades.
Sobre a afirmação do secretário,
que acusou Marrey de "faltar com
a verdade" ao negar a existência
de uma investigação contra a administração petista, Dias Leme
disse que isso não é verdade.
"Eu presenciei a reunião com o
presidente da Câmara Municipal
e com o advogado Márcio Thomaz Bastos. E ele [Morais"? Ele
não estava lá. Eu, que estive, posso
garantir que Marrey não faltou
com a verdade."
Segundo Dias Leme, o procurador-geral informou aos dois interlocutores que realmente havia
uma investigação sobre atos de
corrupção em Santo André, mas
que não poderia fornecer detalhes
da apuração, porque o procedimento estava sob sigilo.
"Eu presenciei essa conversa, ao
contrário do secretário que fica
no diz-que-diz-que e no fuxico",
disse o assessor especial.
"O estranho é que, no lugar de
apresentar documentos para defender a prefeitura, ele insiste na
velha tática de querer desqualificar seus acusadores. O secretário
já atacou os promotores de Santo
André e agora tenta atacar o procurador-geral. É uma tática velha,
que não vai funcionar."
Reação previsível
Para os promotores criminais
que denunciaram à Justiça um esquema de cobrança de propina
em Santo André, a reação da prefeitura era "previsível".
Eles informaram à reportagem
que a investigação começou no final de janeiro, pouco depois do
assassinato do prefeito Celso Daniel, quando foram procurados
por Rosângela Gabrilli, empresária do setor de transporte público.
"Em depoimento, ela disse que
sua empresa pagava uma caixinha para que pudesse atuar em
Santo André. Isso é um crime. Fizemos, então, o nosso trabalho. Se
não tivéssemos investigado, somente por se tratar de um ano
eleitoral, estaríamos praticando
um crime, seria prevaricação",
afirmou o promotor José Reinaldo Carneiro.
O promotor disse que não aceita as insinuações de que a investigação tem conotação política.
"Já rebatemos exaustivamente
que o Ministério Público age para
punição e responsabilização de
culpados, independentemente de
sigla partidária. E vamos continuar nosso trabalho com a mesma seriedade de sempre."
(LC)
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