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Lula oscila de 40% para 38% e tucano, de 21% para 20%; candidato do PPS passa de 11% a 18% e Garotinho, de 16% a 13%
Ciro cresce 7 pontos e empata com Serra
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, saltou sete pontos percentuais e está tecnicamente empatado em segundo lugar
com o tucano José Serra na disputa pelo Palácio do Planalto, revela
pesquisa Datafolha.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
continua à frente com 38% -oscilação negativa de dois pontos
em relação à pesquisa de 7 de junho. Serra tem 20%, oscilação negativa de um ponto. Ciro cresceu
de 11% para 18%.
Como a margem de erro é de
dois pontos para mais ou para
menos, Serra pode ter entre 18% e
22%, e Ciro, entre 16% e 20%. O
candidato do PSB, Anthony Garotinho, recuou de 16% para 13%.
A pesquisa foi realizada quinta-feira e anteontem, ouvindo 5.103
pessoas em 285 municípios de todas as unidades da Federação.
Um inédito acúmulo de tempo
no horário partidário da televisão
em um único mês alavancou a
candidatura de Ciro. Entre 3 e 30
de junho, ele usou em seu favor
102 minutos em redes nacionais e
estaduais de rádio e televisão, originados dos horários reservados a
PPS, PDT e PTB, que compõem
sua coligação.
Ciro era o único candidato que
ainda não havia usado o tempo
partidário desde julho de 2001.
Todos os outros apresentaram
crescimento imediatamente após
sua aparição na TV.
A ascensão de Ciro foi mais destacada entre as mulheres (mais
nove pontos), entre os eleitores de
35 a 44 anos (12), entre os de renda mais alta (9), entre os que têm
até o segundo grau (9) e entre os
que vivem no Sul (9) e Sudeste (8).
Ex-tucano, Ciro cresceu cinco
pontos percentuais entre os eleitores que avaliam a administração do presidente Fernando Henrique Cardoso como ótima/boa
-estrato em que Serra caiu outros cinco pontos.
As denúncias de irregularidades
na administração petista de Santo
André causaram até agora pouco
dano à candidatura de Lula. O petista está em linha descendente
-tinha 43% em maio e 40% em
junho-, mas mantém ainda um
percentual superior àqueles que
possuía entre dezembro de 2001 e
abril de 2002.
Lula perdeu 11 pontos entre os
eleitores do Sul, oito pontos entre
aqueles que ganham de R$ 1.001 a
R$ 2.000 e quatro pontos entre as
mulheres. Mas cresceu seis pontos entre os que ganham mais de
R$ 2.000 e quatro pontos na região Norte/Centro-Oeste.
Serra perdeu quatro pontos na
faixa de maior renda e três pontos
entre os que têm até o primeiro
grau. Mas o tucano cresceu quatro pontos entre os que possuem
curso universitário.
Garotinho recuou na pesquisa
principalmente porque perdeu
cinco pontos no estrato de alta
renda e seis pontos na região Norte/Centro-Oeste.
O levantamento do Datafolha
permite, devido ao maior número
de entrevistas realizadas, examinar como três dos 27 Estados pesquisados votam para presidente.
Lula está seis pontos abaixo de
sua taxa nacional em São Paulo
(tem 32% dos votos) e nove pontos abaixo no Rio de Janeiro
(29%). Em Minas, está quatro
pontos percentuais acima (42%).
Serra tem quatro pontos acima
de sua média em São Paulo
(24%), um ponto a menos em Minas (19%) e 11 pontos a menos no
Rio (9%)-o que o deixa em
quarto lugar. O PSDB é fraco no
Rio desde 98, quando Garotinho
venceu a eleição para governador,
e apóia regionalmente uma candidata do PFL, Solange Amaral.
No Rio, Garotinho lidera a disputa com 38% -25 pontos a
mais do que sua média nacional.
Ciro está quatro pontos abaixo de
sua média nacional em Minas.
O empate de Ciro com Serra
reafirma a preponderância da televisão nesta eleição. A cada semestre (à exceção daqueles com
pleitos), os partidos, de acordo
com o percentual de votos obtidos na eleição anterior, têm de 2 a
20 minutos em cadeia nacional de
rádio e televisão e mais dez ou 20
minutos de inserções comerciais.
Como o horário é reservado não
aos candidatos, mas às suas agremiações, há polêmica se é legal a
utilização em benefício de Ciro
dos tempos de PDT e PTB.
Um dos motes da propaganda
do candidato do PPS foi afirmar
que o PSDB queria impedi-lo de
aparecer na televisão. Foi levada
ao ar uma série de comerciais
com essa mensagem, protagonizados pela atriz Patrícia Pillar, namorada de Ciro. Nesta semana, os
candidatos começam nova superexposição, desta vez em programas jornalísticos de TV.
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