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Copa não influi na eleição para 63%
DA REPORTAGEM LOCAL
A conquista do pentacampeonato pela seleção brasileira de futebol não tem influência sobre a
escolha do candidato a presidente, afirmam 63% dos entrevistados pelo Datafolha. Somados os
que dizem que o título mundial
tem "muita importância" (19%) e
os que apontam "um pouco de influência" (12%) na eleição, três
em cada dez eleitores levarão em
conta o penta na hora do voto.
Entre os eleitores de Luiz Inácio
Lula da Silva, 22% afirmam que o
futebol tem "muita importância"
no voto, contra 20% dos de José
Serra, 18% de Ciro Gomes e 17%
de Anthony Garotinho.
Dos entrevistados, 67% afirmam não saber (36%) ou não
apontam nenhum beneficiário
(31%) entre os candidatos pela vitória da seleção na Copa do Mundo. O tucano José Serra é o que
obtém maior percentual como
beneficiário pelo penta (18%),
contra apenas 5% de Lula e 4% de
Ciro e Garotinho.
Historicamente, não há correlação direta entre futebol e política.
Conquistar a Copa do Mundo não
assegura a vitória do governo na
eleição, perder não implica necessariamente uma derrota.
Em 1958, o Brasil ganhou a Copa, e a situação perdeu as eleições;
em 1986, a seleção perdeu, mas o
governo teve uma vitória esmagadora, devido ao Plano Cruzado.
Em 1962, o Brasil voltou a vencer a Copa. O presidente era João
Goulart (PTB), mas o regime era
parlamentarista. O primeiro-ministro era do PSD. Nas eleições
para a Câmara, o PTB aumentou
sua bancada e o PSD diminuiu.
Na Copa de 1970, o presidente
Emílio Médici recebeu a seleção
tricampeã em Brasília. A Arena
teve então sua maior vitória eleitoral, mas o governo militar havia
cassado os principais líderes da
oposição e a economia crescia a
9% ao ano.
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