|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tucano, que inaugura agenda no Piauí, deve percorrer 57 cidades em 16 Estados nos próximos 45 dias
Serra prioriza redutos de Ciro nas viagens
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nos próximos 45 dias, o tucano
José Serra vai percorrer 57 cidades
em 16 Estados das regiões mais
pobres do país. A intenção é levar
a mensagem eleitoral da Grande
Aliança, a coligação PSDB-PMDB, a 26 milhões de eleitores.
Serra resolveu botar o pé na estrada e atacar as trincheiras nas
quais seu principal adversário na
disputa pela segunda colocação
em outubro, Ciro Gomes (PPS), é
mais forte: o Norte e o Nordeste.
A estratégia estava traçada antes
mesmo de Ciro ameaçar a segunda posição de Serra nas pesquisas.
Nos 50 primeiros dias após o
início oficial da campanha, ocorrido ontem, Serra percorreria
municípios-pólos, irradiadores
de opinião, no Norte e Nordeste.
Ontem, faria campanha no interior do Piauí, participando, depois, de uma carreata na capital,
Teresina, seguida de comício.
A partir do dia 20 de agosto, o
projeto presidencial do tucano joga seu futuro nos grandes colégios
eleitorais, no horário gratuito de
rádio e TV e nos debates programados pelas emissoras.
Até agosto, Serra quer consolidar as composições regionais.
Com a eleição casada, na qual o
eleitor vota para deputado estadual, deputado federal, senador,
governador e presidente, o PSDB
avalia que as máquinas partidária
e governamental serão decisivas.
Serra já dispõe do apoio do
PMDB -partido ao qual estará
coligado na Grande Aliança-,
inclusive da ala dissidente da sigla. Na quarta passada, recebeu o
apoio formal de 13 diretórios do
PFL, mas espera contar com a
adesão informal de pelo menos
outros dez. No PPB, conta com 22
dos 27 diretórios regionais.
O PSDB espera chegar ao horário eleitoral gratuito com a eleição
definitivamente polarizada entre
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
Serra. Ou usar o tempo bem
maior de que dispõe para se impor como o adversário de Lula.
Serra aposta nos debates não só
para tentar destronar Lula, mas
também para demonstrar que o
discurso de Ciro é vazio e contraditório. A passagem de Ciro pelo
Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco, é outro ponto
que os tucanos consideram vulnerável no candidato do PPS e
que pode ser atacado.
Por mais que os tucanos se mostrem publicamente despreocupados com a ascensão de Ciro, o fato
é que o desempenho do candidato do PPS já preocupa. Até agora,
Serra crescia quando Lula caía e
vice-versa. Essa lógica parece em
mutação, mas o PSDB vai esperar
mais algum tempo para conferir.
Texto Anterior: Garotinho elogia adversários e Pillar Próximo Texto: "Que tome maracujina", diz Ciro ao mercado Índice
|