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Inpe e Minc divergem sobre divulgação de desmatamento
Inpe diz que Lula quer ver dados antes, e Minc, que demora se deve a Casa Civil
Números de maio estão prontos há duas semanas; instituto considera positivo interesse do Planalto em ver dados antes de divulgá-los
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Responsável pelos números
do desmatamento, cuja divulgação está atrasada, o Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) diz considerar
"positivo" o interesse do Palácio do Planalto em ver os dados
antes de divulgá-los.
Os números relativos ao mês
de maio estão prontos há duas
semanas, mas, segundo o Inpe,
a divulgação só será feita depois
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva tiver acesso às informações, o que, segundo o órgão, poderia acontecer hoje ou
amanhã. A apresentação, porém, não deve ocorrer, já que o
presidente passará a semana
toda em viagem oficial à Ásia.
Via assessoria de imprensa, o
instituto afirmou ver com bons
olhos o "interesse" do governo
em conhecer e entender os dados do desmatamento.
Já o ministro Carlos Minc
(Meio Ambiente) disse, na última sexta-feira, que não entendia exatamente o motivo da demora. Afirmou que a Casa Civil
quer "harmonizar" os dados
com outros levantamentos, como o da Embrapa.
"Como há dados diferentes, a
Casa Civil resolveu, de alguma
maneira, uniformizar, compatibilizar com dados da Embrapa, entre outros. (...) Eu confesso que não entendi exatamente
a razão, mas a informação que
eu tenho é de tentar compatibilizar, não esconder os dados",
declarou na ocasião. A assessoria da Casa Civil não confirmou
a informação de que barrou a
divulgação dos dados nem quis
se manifestar sobre o assunto.
Por e-mail, o presidente do
Inpe, Gilberto Câmara, disse
apenas que está "essencialmente correta" a informação
de que a demanda partiu do Palácio do Planalto.
A divulgação dos dados é em
geral conduzida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
No começo do ano, o instituto foi alvo de polêmica após divulgar dados que mostravam
um aumento no ritmo do desmatamento nos últimos cinco
meses de 2007.
Os dados foram colocados
em dúvida pelo Ministério da
Agricultura, pelo governador
do Mato Grosso, Blairo Maggi,
e pelo próprio Lula.
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