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BRASIL PROFUNDO
Neudo Campos é acusado de envolvimento no "escândalo dos gafanhotos'; mais 37 pessoas deixaram a cadeia ontem
Justiça nega pedido, e ex-governador de Roraima é libertado
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
Foi libertado ontem de madrugada da cadeia pública de Boa
Vista (RR) o ex-governador Neudo Campos (PP), 55, preso havia
dez dias sob a acusação de ser o
mentor do chamado "escândalo
dos gafanhotos", que pode ter
desviado mais de R$ 230 milhões
dos cofres públicos em Roraima.
A Justiça Federal não acatou pedido de prisão preventiva para o
político, solto com mais 37 pessoas. Campos foi detido em Brasília durante a operação "Praga do
Egito", deflagrada por 200 agentes
da Polícia Federal, que tinha o objetivo de cumprir 57 mandados de
prisão, além de ordens de busca e
apreensão, inclusive na casa do
ex-governador, em Boa Vista, onde foram retirados dois carros
cheios de material.
A Procuradoria da República
tentou manter preso o ex-governador pedindo prisão preventiva
(válida por 80 dias) para ele, mas a
Justiça Federal não acolheu os argumentos de possibilidade de
coação de testemunha e obstrução das investigações com as solturas dos acusados.
"A decisão da Justiça não enfraquece em nada o nosso trabalho.
Ainda não li o despacho do juiz
[Helder Girão Barreto], mas creio
que ele esteja bem fundamentado.
Infelizmente não conseguimos
reunir todos os elementos necessários para que o ex-governador
continuasse preso", declarou o
procurador Carlos Mazzocco.
Outras três pessoas, porém, todos ex-deputados estaduais, vão
permanecer na cadeia pública
porque tiveram a preventiva autorizada pela Justiça.
"As pessoas que vão continuar
presas são aquelas que conseguimos reunir provas robustas de
que estavam coagindo testemunhas ou tentando produzir provas falsas para obstruir o andamento dos trabalhos", disse o
procurador da República.
As investigações da força-tarefa
que apuram as fraudes em Roraima apontam que Campos teria
criado, em 1998, um esquema que
usava 5.500 funcionários fantasmas, os "gafanhotos", para o enriquecimento de 30 autoridades do
Estado. O ex-governador nega todas as acusações e afirma estar
sendo vítima de uma obra de seus
"inimigos" políticos.
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