|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Promotor diz que provas são novas
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor de Justiça de Santo
André (SP) Roberto Wider Filho,
que atua na investigação sobre o
assassinato do ex-prefeito da cidade Celso Daniel, contestou ontem afirmações do advogado do
empresário Sérgio Gomes da Silva, Roberto Podval, para quem a
nova denúncia contra seu cliente
não trouxe nenhum fato novo em
relação à investigação anterior da
Polícia Civil -que havia inocentado Gomes da Silva.
Em entrevista concedida anteontem à Folha, Podval disse que
a nova denúncia "só utiliza as
provas colhidas pela polícia há
mais de um ano". O criminalista
classificou a denúncia do Ministério Público apresentada anteontem de "absolutamente vazia".
Segundo o promotor, foram tomados entre 30 e 40 depoimentos
que não apareciam nas investigações originais da Polícia Civil.
Dessas pessoas, 16 foram arroladas como testemunhas na nova
acusação, e nenhuma delas havia
sido ouvida no inquérito policial.
O promotor disse que o depoimento considerado chave na nova denúncia, do presidiário Ailton
Alves Feitosa, só foi tomado pela
primeira vez em setembro de
2002 pelo Ministério Público
-depois da conclusão do inquérito da Polícia Civil.
Feitosa foi ouvido pelo departamento de investigação de homicídios da Polícia Civil, mas só em janeiro de 2003.
"Dados relevantes"
Além das novas testemunhas,
Wider Filho disse que as investigações trouxeram "inúmeros dados relevantes" provenientes da
quebra de sigilo telefônico de pessoas envolvidas direta ou indiretamente no assassinato.
"São pesquisas telefônicas que
nunca foram realizadas", disse o
promotor. Essas apurações teriam caminhado no sentido não
de contestar o resultado do inquérito da polícia, mas de complementá-lo.
"Não discordamos sobre a
identidade dos executores do crime, apontados pela polícia. Nossa
denúncia é a respeito do mandante", disse Wider Filho.
"As provas que estamos mostrando são todas novas, nunca tinham sido apresentadas", defendeu o promotor.
Texto Anterior: Cúpula do PT não crê que Gomes tenha participação Próximo Texto: Perfil: Acusado virou amigo de Celso Daniel em 1988 Índice
|