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PSDB pretende
usar escândalo
na campanha
DA REPORTAGEM LOCAL
A reabertura do caso Celso Daniel pela Promotoria pode ser determinante na escolha do candidato do PSDB a prefeito de São
Paulo nas eleições de 2004 e no
desempenho do partido, avalia a
cúpula tucana no Estado.
O PSDB paulista enxerga nas investigações, que envolvem uma
vitrine histórica do PT, a administração de Santo André, a possibilidade de enfraquecer a candidatura à reeleição de Marta Suplicy na
capital e afastar da Grande São
Paulo, em ano eleitoral, ministros
e estrelas petistas -como Lula.
O PSDB planeja utilizar o caso
para "mostrar qual é o verdadeiro
comportamento do PT à frente da
máquina pública", nas palavras
do deputado estadual Edson Aparecido, que vai coordenar a campanha dos tucanos na capital.
O caso também tem atenção especial do PSDB porque a crise desencadeada pelo assassinato de
Celso Daniel, em janeiro de 2002,
abalou a Segurança Pública do Estado e quase inviabilizou a candidatura de Alckmin à reeleição. O
governador havia acabado de
substituir Mário Covas. Na ocasião, Alckmin envolveu-se diretamente nas investigações e foi cobrado pelos petistas. "O PT do
Brasil inteiro foi em cima do governador durante o sequestro.
Eles usaram de maneira passional
a morte do Celso Daniel para nos
atingir", declarou Aparecido.
A cúpula tucana em São Paulo,
segundo a Folha apurou, pediu a
pré-candidatos empenho na busca de elementos que possam favorecer a linha de investigação dos
promotores, de que o crime está
ligado a um esquema de caixa-dois em Santo André. A avaliação
de caciques do PSDB é que o desempenho de cada um no caso
poderá contar na escolha do nome por Geraldo Alckmin. Aparecido, porém, diz que a escolha do
candidato será por questões políticas, que independem das investigações sobre a morte de Daniel.
O PSDB tem hoje pelo menos
cinco nomes com intenções de
disputar a prefeitura paulistana: o
ex-deputado federal José Aníbal,
os deputados federais Zulaiê Cobra e Walter Feldman e os secretários estaduais Saulo de Castro
Abreu Filho (Segurança) e Gabriel Chalita (Educação).
O caso Celso Daniel é visto no
partido como a grande chance para Aníbal, Zulaiê e Feldman, já
que os favoritos até agora do governador são os dois secretários.
Dos três, Aníbal é o que tem
mais chances e já informou ao governador sua intenção de disputar a prefeitura. Ele é visto dentro
do partido como um dos nomes
mais bem informados sobre o assassinato do prefeito. Mas Abreu
Filho, por comandar a a polícia, é
visto como peça estratégica nas
investigações do caso, já que as
apurações indicam ramificações
nos presídios e envolvem o PCC.
Antecipando-se à reação dos tucanos, a bancada do PT na Assembléia Legislativa tem pronto
um pedido de CPI para investigar
a morte de 12 supostos integrantes do PCC na "Operação Castelinho", em 5 de março de 2002. Na
última quinta-feira, o Ministério
Público denunciou 53 PMs sob a
acusação de homicídio. A ação
ocorreu na gestão de Abreu Filho.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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