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CEARÁ
Eleição pode selar fim de aliança entre Tasso e Ciro
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
As eleições municipais podem
marcar o fim de um casamento
político de 18 anos, formador de
uma das mais longas hegemonias
da história do Ceará: a aliança entre os grupos do senador Tasso Jereissati (PSDB) e o do ministro
Ciro Gomes (PPS).
Distantes no plano nacional
desde a saída de Ciro do PSDB,
em 1997, mantinham união no
Estado, causando constrangimento aos tucanos na eleição presidencial de 2002, quando boa
parte do grupo de Tasso negou
apoio ao candidato José Serra, em
nome da fidelidade a Ciro.
No casamento regional, o PPS
sempre foi o coadjuvante (23 prefeituras contra 109 do PSDB).
Agora, a aproximação de Ciro
com o PT nacional é uma carta
branca para o PPS escancarar
ofensiva para crescer sozinho. No
Ceará, o partido é comandado pelo irmão de Ciro, Cid Gomes, prefeito de Sobral, terra da família.
O PPS lançará candidatos em
pelo menos 100 das 184 cidades
do Ceará e pensa em vencer em
40. Com ou sem o PSDB.
Ponto significativo do rompimento deverá ser a disputa em
Fortaleza. O PPS sinaliza que deve
ficar com o pré-candidato apoiado pelo PT, o deputado federal
Inácio Arruda (PC do B). O PSDB
já anunciou que terá candidato
próprio, ainda não definido.
No interior, os confrontos começam a se desenhar. Em Sobral,
depois de oito anos, PPS e PSDB
devem ficar em lados opostos,
com a candidatura de um rival da
família Ferreira Gomes, Marco
Prado, que se filiou ao PSDB no
ano passado, contra a pré-candidatura apoiada por Ciro e Cid, a
do deputado federal Leônidas
Cristino (PPS).
A situação é a mesma em pelo
menos outros cinco municípios:
Massapê, Crato, Brejo Santo, Maracanaú e Caucaia.
"Vamos lutar para manter a hegemonia política no Estado", disse o secretário de Governo, Luiz
Pontes, senador licenciado e um
dos interlocutores mais próximos
de Tasso. "Mas é natural que o
partido queira crescer."
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