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007 FEDERAL
Local, no Planalto, abriga aparelho que dá segurança a todo o sistema bancário-financeiro do país
Governo inaugura sala-cofre no palácio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em tempos de arapongas bisbilhotando a vida de altas autoridades do governo, o Palácio do
Planalto inaugurará, daqui a dez
dias, uma sala-cofre secreta.
O local fica escondido no anexo 3 do palácio. Visto de fora,
parece mais um setor administrativo. Mas, após passar por seis
níveis de segurança, chega-se à
sala-cofre. Lá está um pequeno
hardware criptográfico (HSM),
do tamanho de um videocassete,
onde fica a chave-privada da
ICP-Brasil, a auditora do sistema
nacional de certificação digital.
Só é possível chegar ao computador após passar por dois
guardas armados, 16 câmeras de
vídeo e identificações -cartão
magnético, digitais e íris.
É esse aparelho que dá segurança ao sistema bancário-financeiro, ao comércio eletrônico e às transações das pessoas
com os bancos, por exemplo.
Permite que as assinaturas eletrônicas do presidente, ministros e secretários-executivos tenham validade jurídica.
Para entrar no ar, o sistema de
pagamentos brasileiro tem de
ler, a cada 28 dias, a LCR (Lista
de Certificados Revogados), que
é emitida por esse computador.
Apenas cinco pessoas em todo
o país podem ativar a máquina,
o que só ocorre na presença de,
pelo menos, três delas. São quatro civis e um militar. Os corredores de acesso à sala-cofre, no
nível seis de segurança, lembram
filmes do agente 007. Os computadores monitoram até a movimentação das pessoas por meio
da temperatura nos ambientes.
A sala-cofre agüentaria o impacto de um choque como o de
11 de setembro nas torres gêmeas de Nova York e temperaturas de até 1.000 graus, por duas
horas, segundo a gerente do local, Clarissa Pinto da Luz. Além
dela, trabalham lá mais quatro
pessoas. "As pessoas usam, mas
não sabem da existência", disse
o diretor-presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da
Informação), Sérgio Amadeu.
Antes, esse computador ficava
no Rio de Janeiro. Em Brasília, o
local começou a ser formulado
em 2002, no governo Fernando
Henrique Cardoso. O custo é de
cerca R$ 4 milhões.
"É uma coisa tão singela e na
qual está pendurado o sistema
de pagamento e "work-flow" do
governo federal. É como se guardássemos toneladas de ouro aí",
disse Renato da Silveira Martini,
diretor de Infra-Estrutura de
Chaves Públicas.
(JULIA DUAILIBI)
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