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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Tucano diz que socialistas que abandonaram sua candidatura "não têm significado"
Ato de dissidentes do PPS é palco para ataque a Serra
DA REPORTAGEM LOCAL
O ato de apoio de parte do PPS à
candidatura de Marta Suplicy
(PT) à reeleição, ontem, teve como discurso em comum as críticas indiretas ao candidato do
PSDB, José Serra.
O deputado federal João Herrmann (PPS-SP), principal articulador do apoio a Marta, criticou a
opção do diretório municipal de
São Paulo de aderir a Serra. "Não
seremos instrumento de poder de
outro partido que se infiltra no
nosso", declarou Herrmann.
O PPS rachou após a convenção
do partido, em junho, que escolheu o deputado estadual Arnaldo
Jardim candidato a prefeito. Dias
depois, Jardim retirou a candidatura e declarou apoio ao tucano.
Marta disse que "na política e na
vida tem uma característica que
faz a diferença, que é a coerência".
Ela lembrou que o PPS apoiou o
PT no segundo turno da eleição
para Presidência da República e
faz parte do governo federal.
De forma indireta, a prefeita
atacou Paulo Maluf (PP) e Serra.
"O futuro nós construímos de
vez, virando a página do passado,
do nefasto e do revanchismo."
Na campanha de 2000, Marta
classificou Maluf como "nefasto".
O revanchismo a que se referiu a
prefeita é como o PT tem procurado identificar a candidatura de
Serra, que perdeu a eleição presidencial para Lula, em 2002.
Serra disse ontem que os membros do PPS que trocaram sua
candidatura pela da petista não
têm "nenhum significado". "É
um problema interno deles." O
candidato tucano afirmou ainda
que o PSDB se aliou ao "PPS que
está aqui", fazendo campanha
com ele. "Com os outros, nem
queríamos fazer aliança."
O deputado federal Luiz Antonio Fleury, secretário-geral do
PTB, também criticou o tucano.
"Não seria coerente apoiar um
candidato que simboliza aquilo
que foi derrotado por Lula."
A cerimônia contou ainda com
a presença do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
do ministro das Cidades, Olívio
Dutra, do presidente nacional do
PL, Valdemar Costa Neto, e da senadora Patrícia Saboya (PPS-CE).
Herrmann disse que pretende
"pleitear que o governo do PT na
cidade seja plural na Câmara e nas
políticas de governo". Questionada se o PPS terá participação em
seu eventual segundo mandato,
Marta disse que "não se passa a
carroça diante dos bois".
A prefeita emocionou-se durante o evento ontem. Primeiro, na
homenagem ao militante comunista já falecido João Sanches Segura. Adoração, viúva de Sanches,
fez um discurso no qual lembrou
com nostalgia o marido, com
quem foi casada por 58 anos. E,
depois, quando Patrícia Saboya
lembrou do apoio da prefeita à
sua candidatura, em 2000, pela
Prefeitura de Fortaleza. Saboya
afirmou que na ocasião foi atacada várias vezes por ser mulher,
"inclusive por seu partido [PT]", e
Marta lhe enviou uma carta condenando a atitude e se solidarizando.
(CHICO DE GOIS)
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