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Plano de Defesa vai arbitrar "papel policial" das Forças
Papel da instituição no combate ao crime será mais detalhado, afirma ministro
Plano seria divulgado ontem, conforme promessa feita há um ano, mas o lançamento foi adiado; reunião definirá nova data
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo Plano Estratégico de
Defesa Nacional vai trazer uma
regulamentação "mais precisa"
sobre o papel das Forças Armadas no combate ao crime, informou ontem o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) logo após o desfile de Sete de Setembro em Brasília.
"Operações em garantia da
lei e da ordem fazem parte da
missão constitucional das Forças Armadas, e abordamos no
plano a necessidade de regulamentar com mais precisão esse
mandato constitucional", declarou Unger, acrescentando
ser fundamental que não se
confunda a tarefa dos militares
com a dos policiais.
O Plano Estratégico de Defesa seria divulgado ontem, conforme promessa feita há um
ano, mas o lançamento foi adiado. Reunião amanhã no Planalto definirá a nova data.
Os três eixos do plano são o
reaparelhamento das Forças
Armadas, a reconstrução da indústria bélica nacional e a discussão sobre a composição das
Forças, com alterações no serviço militar obrigatório.
Segundo Mangabeira, co-responsável pela elaboração do
projeto, há consenso entre civis
e militares de que o serviço
obrigatório "deve ser mantido e
aprofundado".
O ministro afirmou que já espera críticas ao plano. "Vão
acusá-lo de ser um desperdício
de dinheiro e um instrumento à
corrida armamentista." Sobre o
reaparelhamento das Forças,
disse que o governo vai "qualificar as Forças Armadas em todos os sentidos". "Não seremos
os mais poderosos, sejamos os
mais audaciosos e imaginativos", frisou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama,
Marisa Letícia, e um neto, Ashtar, 7, estavam na primeira fila
da cerimônia na Esplanada dos
Ministérios, ao lado da presidente Cristina Kirchner, da Argentina. Fábio Luiz Inácio Lula
da Silva, o Lulinha, também subiu no palanque.
Pelo menos 15 ministros assistiram ao desfile na arquibancada das autoridades, entre eles
protagonistas dos episódios de
grampos ilegais, como Tarso
Genro (Justiça), Nelson Jobim
(Defesa) e o general Jorge Armando Felix (Gabinete de Segurança Institucional).
Alvo de grampo, o presidente
do Supremo Tribunal Federal,
Gilmar Mendes, estava próximo a Lula, assim como o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.
O episódio dos grampos foi
tema de conversas entre as autoridades no palanque, mas, ao
final, até o ministro Jobim recusou-se a comentar o tema.
"O assunto está encerrado. É
exclusivamente para o inquérito [da Polícia Federal]. O ministro da Defesa não tem nada a
dizer a respeito", declarou.
Sete de Setembro
A festa deste ano em Brasília
custou R$ 1,6 milhão -26% a
menos do que no ano passado.
Foi marcada por muito calor,
protestos discretos e um público abaixo do esperado -cerca
de 35 mil pessoas, segundo a
PM, contra a expectativa de 50
mil. Representantes do Sindicato dos Servidores Civis nas
Forças Armadas levaram às arquibancadas faixas cobrando
equiparação com os salários
dos militares.
(LETÍCIA SANDER, IURI DANTAS e MARIA LUIZA RABELLO)
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