São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002 |
Próximo Texto | Índice
PAINEL Moeda de troca Lula promete a governadores eleitos renegociar as dívidas dos Estados com a União. Para isso, o PT apoiará aprovação no Senado do projeto de José Alencar (PL) que reduz o teto de endividamento estadual e alonga prazo de pagamento das dívidas, renegociadas com a União em 95. Limite esticado O projeto de Alencar previa a queda de 13% para 5% do teto de comprometimento da receita líquida dos Estados com o pagamento da dívida com a União. Emenda de Saturnino Braga (PT-RJ) aumentou o limite para 7,5%. Foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos e vai para o plenário em 2003. Falar mais alto A renegociação das dívidas encontra oposição até dentro do PT, pois poderia diminuir a credibilidade da economia no exterior. Mas os governadores reclamaram, e Lula foi convencido de que os Estados não têm como continuar pagando, em média, 13% de suas receitas à União. Correndo por fora Lula não quer os peemedebistas José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL) na presidência do Senado. Percebendo a chance, Ramez Tebet (MS) começou a fazer lobby para continuar no cargo e já conseguiu apoio de Zeca do PT, governador do MS. Medida de força A cúpula do PMDB deverá intervir na quarta-feira no diretório de São Paulo e afastar Orestes Quércia da presidência. Pobreza cultural O Orçamento de 2003 prevê apenas R$ 298 milhões para o Ministério da Cultura. É a pasta com menor previsão de recursos. O valor é 26% menor do que o previsto em 2002, quando o ministério teve R$ 405 milhões. Sem memória A Cultura terá em 2003 apenas R$ 30 mi para a área de preservação do patrimônio cultural. Em 2002, foram R$ 38 mi. Para cinema e vídeo estão previstos R$ 14 mi, contra R$ 16 mi do Orçamento-2002. Para música e artes cênicas sobraram R$ 17 mi (eram R$ 20 mi em 2002). Braço direito Márcio Thomaz Bastos, futuro ministro da Justiça, já escolheu seu secretário-executivo: o advogado paulista Sérgio Sérvulo. De baixo para cima O bancário e deputado Geraldo Magela (PT), derrotado ao governo do DF, deverá ser o novo presidente do Banco do Brasil. Rossano Maranhão, que também era cotado, foi descartado por ter amizade com o tucano Ricardo Sérgio de Oliveira. Grande empresa O PT indicou o empreiteiro Tom Rebello, ex-secretário de Indústria e Comércio do Distrito Federal na gestão de Cristovam Buarque (PT), para presidente do Sebrae. O nome será analisado pelos conselheiros do órgão até a próxima sexta-feira. Ordem de prioridade Os alunos da Academia da Polícia Federal que se formarão neste ano escolheram o nome de Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça e desafeto de FHC, para batizar a turma. Ao saber disso, a cúpula da PF interveio e mudou o nome para "Turma Fernando Henrique Cardoso". Sinais na saúde O secretário municipal de Saúde, Eduardo Jorge, deverá ser exonerado pela prefeita Marta Suplicy. Não ficará apenas licenciado do cargo (para resolver problemas particulares, no DF), como se cogitava. Será nomeado secretário o chefe-de-gabinete de Jorge, Paulo Carrara. Céu e inferno A notícia de que Eduardo Jorge será exonerado agitou o PT. Das duas uma: ou o secretário terá cargo de relevo no governo Lula, como o Ministério da Saúde, ou não voltará mais para a Prefeitura após o seu período em Brasília. Jorge teve atritos com a cúpula do PT. TIROTEIO Do deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), sobre a possibilidade de seu partido ficar fora do ministério de Lula: - Não estamos pressionando. Queremos participar, mas só se for para entrar pela porta da frente. Se há discriminação contra nós, que digam logo. Não queremos é ser o patinho feio. CONTRAPONTO Motivo de força maior
Em comunicado enviado aos
integrantes do Diretório Nacional do PT, o secretário de Organização do partido, Silvio Pereira, convocou-os para a reunião
marcada para este final de semana e avisou-os de que o encontro
iria das 10h de sábado às 18h de
domingo. Assim que leu a convocação, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), torcedor fanático
do Santos, ficou desesperado. |
|