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Nos EUA, convenções são liturgias coreografadas
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Hillary Clinton balançou o corpo ao som da música "Macarena"
na convenção democrata que indicou pela segunda vez seu marido, Bill Clinton, como candidato
do partido às eleições presidenciais, em 1996. Vinte milhões de
pessoas viram a cena pela TV.
Em 2000, o Partido Republicano
pressionou as emissoras para que
a cobertura da convenção dos democratas fosse equivalente à feita
na deles, quando formalizaram
semanas antes George W. Bush
como candidato à Presidência.
Os republicanos enviaram
mensagem às três principais
emissoras norte-americanas exigindo que os adversários não tivessem "nem um minuto a mais"
de tempo de exposição.
Até 1964, as convenções nacionais dos dois grandes partidos
norte-americanos serviam para
decidir quem seriam os candidatos à Presidência do país. Desde
então, virou "show".
Convenções presidenciais nos
EUA são eventos planejados nos
mínimos detalhes para conquistar espaço na mídia para candidatos que já foram escolhidos meses
antes, durante as primárias estaduais dos partidos.
Atrações
Suas atrações são programadas
milimetricamente para se ajustar
aos cinco fusos horários do país e
à disponibilidade das principais
redes de televisão.
Os discursos mais importantes,
nos quais os candidatos aceitam a
candidatura como se dessem uma
novidade, são lidos à noite.
Durante o dia, milhares de delegados fazem turismo enquanto as
direções dos partidos reúnem-se
com empresários, em salas VIP
montadas para arrecadar fundos
para as campanhas presidenciais
de mais de US$ 150 milhões.
Convenções nos EUA transformaram-se em liturgias coreografadas. Nada mais se decide nelas.
O que vale é o espetáculo e a audiência.
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