São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

De cátedra

O Planalto avalia que o nascente movimento de governadores -José Serra e Aécio Neves à frente- contra o piso nacional dos professores, recém-aprovado pelo Senado, representa uma chance de ouro para vencer um debate caro à opinião pública. Cada qual a seu modo, Lula, ministros e candidatos governistas baterão na tecla de que os tucanos são "inimigos da educação", no dizer de um assessor palaciano.
Lula receberá números comparando sua gestão e a anterior, na tentativa de caracterizar "descaso" do PSDB com a educação. No entender da cúpula do governo, isso poderia desviar o foco de temas como inflação e aumento de gastos federais, dando lugar a uma pauta bem ao gosto do presidente.

Bem na foto. O presidente Hu Jintao recebeu cerca de 80 chefes de Estado nos dias que antecederam a abertura dos Jogos de Pequim. A reportagem do "China Daily" sobre o assunto foi ilustrada com uma foto dele ao lado de Lula.

Tem que participar. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, passará a manhã deste Dia dos Pais preparando o almoço da família, enquanto sua mulher, Gleisi Hoffmann (PT), cumprirá agenda de candidata a prefeita nas ruas de Curitiba.

Do além. Comentário ouvido em Salvador sobre a liderança de ACM Neto (DEM) e o insatisfatório desempenho dos governistas João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT) nas pesquisas: "ACM morto transfere mais voto do que Jaques Wagner vivo".

Reciclagem 1. Duda Mendonça está revirando o baú com seus clientes deste ano.
Para Marcelo Crivella (PRB), no Rio, o marqueteiro escolheu o mote de "arrumar a casa", que aplicara a Lula no início do primeiro mandato.

Reciclagem 2. Já com Antonio Imbassahy (PSDB), em Salvador, Duda resgatou o surrado bordão "ele fez", martelado em sua primeira campanha para Paulo Maluf (PP) e depois reeditado para Marta Suplicy (PT) e outros candidatos em 2004. O slogan "Testado e Aprovado", agora no site de Imbassahy, também é peça antiga do marqueteiro.

No telhado 1. A candidatura de Michel Temer (PMDB) à presidência da Câmara, dada como segura até pouco tempo atrás, é alvo de duas ameaças combinadas.
Primeiro, o partido do deputado não tem a menor intenção de largar o osso da presidência do Senado. Isso implode um acordo que previa a alternância PT-PMDB no comando das duas Casas.

No telhado 2. Segundo, Temer sofre com o crescimento da candidatura de Ciro Nogueira (PP-PI). Até peemedebistas avaliam que, para vencer, seria necessário tirar Ciro do jogo, oferecendo-lhe um bom cargo no governo.
Hoje, o deputado diz que não topa. A eleição é em fevereiro.

Congestionou. O BNDES e o Ministério dos Transportes batem cabeça na definição das regras para a concessão de novos trechos de rodovias. O desentendimento tem atrasado as licitações, o que já provoca reclamações de governadores de Estados que seriam beneficiados pelo programa.

Para lembrar. O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), levou ao ministro Edison Lobão (Minas e Energia) minuta assinada pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, assegurando que a fábrica de fertilizantes que o governo quer construir será capixaba.

Incubadora. A bancada tucana na Câmara tenta anular, por meio de emenda, o dispositivo embutido pelo governo na MP 410, que impõe a cobrança de Funrural em insumos agropecuários antes isentos. Tentaram reverter o efeito na MP 433, mas o relator, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), não comprou a idéia.


com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Ele é o candidato da máquina e o representante do empresariado. Isso explica a arrecadação e os gastos enormes. Mas, por enquanto, o que prevalece em Belo Horizonte é a rebeldia."
Da deputada JÔ MORAES (PC do B), líder na capital mineira, sobre a campanha do adversário Márcio Lacerda (PSB), candidato do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT).

Contraponto

Livro-caixa

Governador do Rio Grande do Norte entre 1995 e 2002, o hoje presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB) almoçava a sós com um colaborador de longa data numa tranqüila sexta-feira em Natal. De repente, a secretária entrou na sala com uma questão que não podia esperar:
-Governador, sua mulher pergunta se o senhor vai precisar de dinheiro para o fim de semana.
-Vou. E muito...-, disse Garibaldi em tom enigmático.
Diante do semblante intrigado da funcionária, ele foi preciso em suas instruções:
-R$ 50. R$ 20 em nota graúda e R$ 30 em miúdas.


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