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Painel
RENATA LO PRETE painel@uol.com.br
De cátedra
O Planalto avalia que o nascente movimento de governadores -José Serra e Aécio Neves à frente- contra o piso nacional dos professores, recém-aprovado
pelo Senado, representa uma chance de ouro para
vencer um debate caro à opinião pública. Cada qual a
seu modo, Lula, ministros e candidatos governistas
baterão na tecla de que os tucanos são "inimigos da
educação", no dizer de um assessor palaciano.
Lula receberá números comparando sua gestão e a
anterior, na tentativa de caracterizar "descaso" do
PSDB com a educação. No entender da cúpula do governo, isso poderia desviar o foco de temas como inflação e aumento de gastos federais, dando lugar a
uma pauta bem ao gosto do presidente.
Bem na foto. O presidente Hu Jintao recebeu cerca de
80 chefes de Estado nos dias
que antecederam a abertura
dos Jogos de Pequim. A reportagem do "China Daily" sobre
o assunto foi ilustrada com
uma foto dele ao lado de Lula.
Tem que participar. O
ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, passará a
manhã deste Dia dos Pais preparando o almoço da família,
enquanto sua mulher, Gleisi
Hoffmann (PT), cumprirá
agenda de candidata a prefeita nas ruas de Curitiba.
Do além. Comentário ouvido em Salvador sobre a liderança de ACM Neto (DEM) e
o insatisfatório desempenho
dos governistas João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT) nas pesquisas: "ACM
morto transfere mais voto do
que Jaques Wagner vivo".
Reciclagem 1. Duda Mendonça está revirando o baú
com seus clientes deste ano.
Para Marcelo Crivella (PRB),
no Rio, o marqueteiro escolheu o mote de "arrumar a casa", que aplicara a Lula no início do primeiro mandato.
Reciclagem 2. Já com Antonio Imbassahy (PSDB), em
Salvador, Duda resgatou o
surrado bordão "ele fez", martelado em sua primeira campanha para Paulo Maluf (PP)
e depois reeditado para Marta
Suplicy (PT) e outros candidatos em 2004. O slogan "Testado e Aprovado", agora no site de Imbassahy, também é peça antiga do marqueteiro.
No telhado 1. A candidatura de Michel Temer
(PMDB) à presidência da Câmara, dada como segura até
pouco tempo atrás, é alvo de
duas ameaças combinadas.
Primeiro, o partido do deputado não tem a menor intenção de largar o osso da presidência do Senado. Isso implode um acordo que previa a alternância PT-PMDB no comando das duas Casas.
No telhado 2. Segundo,
Temer sofre com o crescimento da candidatura de Ciro
Nogueira (PP-PI). Até peemedebistas avaliam que, para
vencer, seria necessário tirar
Ciro do jogo, oferecendo-lhe
um bom cargo no governo.
Hoje, o deputado diz que não
topa. A eleição é em fevereiro.
Congestionou. O BNDES
e o Ministério dos Transportes batem cabeça na definição
das regras para a concessão de
novos trechos de rodovias. O
desentendimento tem atrasado as licitações, o que já provoca reclamações de governadores de Estados que seriam beneficiados pelo programa.
Para lembrar. O governador do Espírito Santo, Paulo
Hartung (PMDB), levou ao
ministro Edison Lobão (Minas e Energia) minuta assinada pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, assegurando que a fábrica de
fertilizantes que o governo
quer construir será capixaba.
Incubadora. A bancada tucana na Câmara tenta anular,
por meio de emenda, o dispositivo embutido pelo governo
na MP 410, que impõe a cobrança de Funrural em insumos agropecuários antes
isentos. Tentaram reverter o
efeito na MP 433, mas o relator, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), não comprou a idéia.
com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Ele é o candidato da máquina e o representante
do empresariado. Isso explica a arrecadação e
os gastos enormes. Mas, por enquanto, o que
prevalece em Belo Horizonte é a rebeldia."
Da deputada JÔ MORAES (PC do B), líder na capital mineira, sobre a
campanha do adversário Márcio Lacerda (PSB), candidato do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT).
Contraponto
Livro-caixa
Governador do Rio Grande do Norte entre 1995 e 2002,
o hoje presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB) almoçava a sós com um colaborador de longa data numa
tranqüila sexta-feira em Natal. De repente, a secretária
entrou na sala com uma questão que não podia esperar:
-Governador, sua mulher pergunta se o senhor vai precisar de dinheiro para o fim de semana.
-Vou. E muito...-, disse Garibaldi em tom enigmático.
Diante do semblante intrigado da funcionária, ele foi
preciso em suas instruções:
-R$ 50. R$ 20 em nota graúda e R$ 30 em miúdas.
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