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ELEIÇÕES 2008 / POLÍTICAS PÚBLICAS
Na educação, Marta, Alckmin e Kassab têm índices inexpressivos
Petista e democrata aumentaram média da hora-aula em 0,1h; na
gestão tucana, só melhorou o nº de professores com curso superior
Ângela Soligo, que coordena
o curso de pedagogia da
Unicamp, diz que média de
alunos por turma tem de ser
reduzida para menos de 30
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os líderes na disputa pela
prefeitura da capital conseguiram resultados pouco significativos nos índices do ensino fundamental (de 1ª a 8ª séries) na
rede pública da cidade quando
exerceram mandatos nos Executivos municipal e estadual.
A Folha apurou os resultados obtidos pelos candidatos
nos seguintes indicadores da
educação fundamental: taxa de
abandono, taxa de reprovação,
número médio de alunos por
turma, média de hora-aula diária e percentual de professores
com formação superior.
Especialistas na área de ensino consideram esses índices
como os ideais para avaliar
avanços ou retrocessos nas políticas educacionais. A base de
dados usada pela reportagem
foi a do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira)
do Ministério da Educação.
Na gestão de Marta Suplicy
(PT), de 2001 a 2004, a média
de hora-aula no ensino fundamental só aumentou 0,1- foi
de 4 para 4,1. O número mínino
indicado pelos pesquisadores
da área de educação é de 5 horas de aula para os alunos desse
ciclo de ensino.
O número médio de alunos
por turma diminuiu de 36,5 para 35,8, o que representou queda de apenas 0,7 no índice na
administração de Marta. A média recomendada pelos especialistas é de 25 a 30 alunos nas
classes do ensino fundamental.
Em relação ao tucano Geraldo Alckmin, a reportagem considerou os dados das escolas estaduais que oferecem ensino
fundamental na cidade de São
Paulo- são cerca de mil unidades. O levantamento apurou as
taxas de 2002 a 2005, período
que compreende os anos em
que Alckmin esteve à frente do
governo do Estado durante 12
meses completos -em 2001,
ele assumiu após a morte do
governador eleito Mario Covas
e em 2006 deixou o cargo para
disputar a eleição para presidente da República.
De 2002 a 2005, a rede estadual de ensino fundamental da
capital só obteve incremento
em um índice: o percentual de
professores com curso superior, que teve uma elevação de
74,6% para 84%.
Atual gestão
A reportagem também apurou os resultados da gestão do
candidato e prefeito Gilberto
Kassab (DEM). Como o INEP
ainda não tabulou os dados do
censo escolar de 2007, só estão
disponíveis índices de 2005,
quando Kassab era vice do
atual governador José Serra
(PSDB), e 2006, ano em que o
atual prefeito assumiu.
Os números do INEP mostram que a gestão Serra/Kassab, a exemplo das de Marta e
Alckmin, obteve resultados
pouco expressivos.
Em relação ao número médio
de alunos por turma, a atual
gestão só promoveu uma redução de 0,5, na comparação com
o último ano da administração
anterior. Os resultados na média de hora-aula diária também
não são significativos: a taxa
cresceu 0,1 em 2005 e 2006.
Os três primeiros colocados
na última pesquisa de intenção
de voto do Datafolha conseguiram seus melhores resultados
no percentual de professores
com curso superior. A legislação federal estabelece que
100% dos docentes desse ciclo
tenham a formação universitária. Nos períodos dos mandatos
deles, Alckmin obteve um aumento de 9,4 pontos percentuais, Marta elevou a taxa em
8,1 pontos percentuais e Kassab conseguiu aumentar o número de docentes com curso
superior em 4,7 pontos.
A coordenadora do curso de
pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Ângela Soligo diz que os
resultados obtidos pelas administrações dos candidatos mostram avanços "insignificantes".
"Em relação à média de alunos por turma, por exemplo, é
preciso melhorar muito ainda
para baixar o número para menos de 30. Com salas muito
cheias fica difícil para o professor realizar o acompanhamento ideal do desempenho dos estudantes", afirmou Soligo.
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