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NORDESTE
João Henrique Carneiro, do PDT, que disputa o 2º turno com César Borges, pode impor maior revés a líder baiano desde 86
Ex-carlista ameaça derrotar ACM em Salvador
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Uma cria do carlismo pode impor ao senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL), 77, a sua maior
derrota política desde 86, quando
o ministro Waldir Pires (Controladoria) foi eleito governador da
Bahia ao derrotar o ex-senador
Josaphat Marinho por uma diferença de 1,5 milhão de votos.
O deputado estadual João Henrique Carneiro (PDT), 45, que disputa o segundo turno para a Prefeitura de Salvador com o senador
César Borges (PFL), 55, começou
a sua carreira política no PFL, em
88, dois anos após o seu pai [João
Durval Carneiro] deixar o governo da Bahia. Na época, Durval
Carneiro foi indicado para disputar o governo pelo senador ACM.
No primeiro turno, Carneiro
obteve 43,71% dos votos válidos
(526.890), contra 21,95% de Borges (264.355). Derrotados no primeiro turno, Nelson Pellegrino
(PT), Lídice da Mata (PSB) e Benito Gama (PTB) já declararam
apoio ao deputado.
No PDT desde 94 -antes, passou também pelo PSDB-, João
Henrique Carneiro ganhou popularidade ingressando na Justiça
com ações contra a criação e o aumento de taxas e impostos.
Caso seja eleito, Carneiro admite, no entanto, a convivência com
os tributos. "Vou manter a minha
coerência política, histórica e programática. Todas as vezes que a
Prefeitura de Salvador e o Estado
quiseram implementar a política
da escorcha tributária, sempre fui
a resistência. Agora, muitas taxas
viraram contribuição, foram
constitucionalizadas, não posso
mais fazer nada", disse.
Carneiro disse também que pretende adotar uma política fiscal
agressiva para atrair novas empresas. "Salvador não pode continuar mais sendo a capital brasileira do desemprego."
Uma das propostas de Carneiro
mais criticadas pelo senador César Borges é a de cadastrar os desempregados da capital baiana.
"Em São Paulo, a Força Sindical já
faz o cadastramento. Existem recursos específicos para que nós
possamos garantir o vale transporte para as aulas de treinamento e requalificação e o cadastramento dos desempregados."
Segundo Borges, a promessa do
seu adversário é demagógica.
"Ninguém combate o desemprego com um simples cadastramento. Se fosse assim, seria muito fácil. É preciso atrair empresas e ter
um ótimo relacionamento político e empresarial para criarmos
mais oportunidades de trabalho."
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